Após manifestações de que o governo não estariam dando as respostas que os deputados precisam para levar para suas bases nas ações de combate ao coronavírus em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) se reuniu com 38, dos 40 parlamentares, na tarde desta terça-eira (31), para tentar minimizar os pontos de atrito. Mas o que era para ser uma reunião informativa, para se tirar dúvidas, ficou tumultuada e muitos deputados saíram do encontro reclamando da falta de respostas.
O encontro tinha tempo definido: 1 hora. E foi intermediado pela líder de governo, deputada Paulinha (PDT), a pedido do presidente Júlio Garcia.
Segundo apurou a coluna, a maior reclamação dos deputados foi a falta de tempo para perguntas. Apenas quatro conseguiram questionar diretamente o governo. Mesmo assim, após o prazo de uma hora ficou aberto espaço para que as demandas anotadas e repassadas ao chefe do Executivo, que se comprometeu a analisar todas.
O tumulto começou quando o deputado Ivan Naatz (PL) interrompeu o secretário de Saúde, Helton Zeferino, quebrando a ordem para as inscrições, que estava sendo realizada via chat.
Outros parlamentares interviram, e a ordem virou bagunça. Alguns deputados tentaram se concentrar nas questões objetivas, como Volnei Weber (MDB), que relatou a preocupação com Braço do Norte, onde tem muitos casos e poucas UTIs.
15 Minutos
Moisés falou por cerca de 15 minutos, seguido do secretário de Saúde. No encontro o governador fez uma explanação inicial sobre as ações já realizadas de enfrentamento à pandemia e convidou a Alesc a indicar um deputado para participar do Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) e outro parlamentar para fazer parte do grupo de trabalho que debate o plano de convívio seguro com a doença, que prevê a retomada das atividades no Estado.
Frase
“A parceria com a Alesc ajudará na superação dos obstáculos e na tomada de decisão, visando sempre o interesse da população”, Carlos Moisés durante reunião com deputados.
Tensão
Muitos parlamentares têm sido pressionados, principalmente pelos setores produtivos, para tentarem fazer o governo mudar de opinião e ceder a rigidez da quarentena. Para estes, a confusão na reunião pode soar como fator positivo para desestabilizar e intensificar a tensão entre os poderes.
Organizado
Por outro lado, o setor produtivo organizado tem sido articulado uma saída amigável para atender a demanda de setores. O Conselho das Federações Empresariais de SC (Cofem) e o Governo têm se reunido regularmente para definir as melhores estratégias.
União
O presidente da Facisc, Jonny Zulauf, diz que é a união de todos os segmentos que poderá trazer retomada da economia com segurança. “Juntos buscamos ações do Governo em relação a continuidade dos negócios, questões trabalhistas, recursos financeiros que ainda não estão claramente disponíveis, mas claro, tudo com segurança e dentro da legalidade”, disse.
Isolamento
Na reunião com empresários, foi apresentado ao grupo de trabalho um relatório que demonstra que todos os estados da Federação adotaram as medidas de isolamento social, como uma forma de se preparar para enfrentamento ao coronavírus.
De acordo com Douglas Borba, da Casa Civil, trata-se de uma medida nacional, não adotada apenas por Santa Catarina.
Cofre fechado
Passadas duas semanas de quarentena em Santa Catarina, com redução drástica ou interrupção total do faturamento, as empresas estão diante da necessidade de honrar compromissos como a folha de pagamento e diversos outros, enquanto grande parte das medidas de apoio anunciadas não se materializaram na prática ou se mostram insuficientes. Se não é possível liberar as atividades econômicas, que o governo anuncie o mais rápido possível como poderá socorrer o setor produtivo para mitigar essa situação.
Parlamento sinaliza
E é do parlamento que a melhor notícia para o setor produtivo. Na pauta desta sexta foram analisados sete projetos. Um dos destaques é o PL 53/2020, que visa é obrigar o Badesc a colocar toda sua linha de crédito prevista para 2020 para financiar o capital de giro das micro e pequenas empresas catarinenses.
Proibidos cortes
Os deputados aprovaram o projeto que proíbe, até 31 de dezembro, o corte de água, luz e gás em SC. O objetivo é garantir os serviços essenciais à população.
O texto prevê que os débitos tarifários postergados serão cobrados a partir de maio em 12 parcelas sem juros e multa. Para virar lei, a medida precisa da sanção do governador.
Foto Studio OCP
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