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Ela no estúdio

Por: Luiz Carlos Prates

19/05/2016 - 04:05

Quem tem medo se enterra vivo, dizia o inesquecível Lampião, o cangaceiro. E também dizia que coragem se aprende. Não era um sábio? Claro que era; aliás, ele só virou “bandido” depois que mataram o pai dele… Nossa conversa hoje é sobre medos.

Como se sabe, medo se aprende, medo é o que nos passam os pais, os avós, os irmãos mais velhos, os “velhos”, enfim, que cercam a criança na primeira infância. Mas que fique claro, o medo não é um vilão incondicional. Há fenômenos que temos que temer, um leão solto no meio da floresta, um raio sobre a nossa cabeça em campo aberto e tarde de temporal, uma chapa quente de fogão… São medos saudáveis, medos que nos preservam a vida, nada contra eles.

Mas há os medos sociais, os que nos impedem de ousar, empreender, ter sucesso e ser feliz. Medos idiotas que nos ensinaram e nós aprendemos muito bem, mas que podemos desaprender. Quantos rapazes, por exemplo, ficam reticentes – medrosos – diante de uma garota interessante e que bem lhes pode dar trela se ousarem? Ou a garota diante de colegas ao apresentar um trabalho na faculdade… Quantos se sentem sem jeito, feios, inadequados, quantos levam adiante medos criados por suas cabeça e que só os travam a vida, a felicidade?

A tevê estava ligada, dali a pouco chegou ao estúdio para uma entrevista uma jovem mulher. Olhei-a de alto a baixo… Não era o meu tipo, a começar pelo cabelo… Mas, eu não tinha nada com isso nem com ela, fiquei então para ouvi-la na entrevista, era especialista em Direito Constitucional.

Ajeitei-me na cadeira e quase bocejei. Mas a jovem mulher começou a falar… Santo Deus, virou uma deusa, de um encanto ímpar, que qualidade, que saberes, que segurança falando… Fiquei pensando, será que ela sentiu “medo” da entrevista? Certamente, não. Com aquela cabeça, com aqueles saberes, ela entrou pisando firme no estúdio, com certeza.

E todos nós podemos ter essa segurança, basta que nos ilustremos em algo, que sejamos competentes em algum trabalho, arte, ciência, esporte, o que for. E quem é que não pode?

Agora, uma coisa é certa: ser apenas bonitinho ou bonitinha por fora é de dar medo, medo na própria pessoa. Essa pessoa sabe que tem dentro da cabeça espaços vazios, e isso é a pior gênese dos medos. De fato, quem tem medo se enterra vivo, não é mesmo, Lampião?

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.