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Ela é magnífica – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

29/06/2024 - 07:06

Coisa boa que o dinheiro não poder comprar tudo. Não compra. Se fosse o contrário, bah, os prepotentes do dinheiro teriam tudo, compraria tudo o que lhes desse uma “grandeza” acima do dinheiro no banco. Uma coisa é comprar bens materiais, outra é desenvolver talentos admiráveis por esforços pessoais, vencer dificuldades e cruzar a linha de chegada, a linha das admirações populares. Um exemplo dessas pessoas? A Anita. Quem? A Anita, já disse. Sim, essa mesma, a cantora. Essa mulher é admirável. Nascida pobre, favelada, mas… Desde cedo acordou para as possibilidades na vida, acordou e pôs os pés na estrada, na estrada do suor e da fé. Deu no que deu, deu a Anita. Antes de dizer da razão de estar nessa conversa, leitora, devo lembrar que a Anita poderia ser uma dessas saltadoras de galho em galho, como fazem muitíssimas das “influenciadoras” do nada que andam por aí. Não, a Anita não vive trocando de namorados nem criando casos amorosos para ganhar prestígio, “fama”. Ela faz o que faz nos shows, mas fora deles é discretíssima. O que me traz a esta conversa é ter ficado ainda mais admirador da Anita depois de revê-la numa entrevista de televisão nos Estados Unidos. A Anita, num programa daqueles do lembrado Jô Soares, sentada, pernas cruzadas, falando inglês como uma nativa, como uma americana. Fluente e absolutamente correta nas pronúncias e até no “sotaque” americano. Admirável. Convivo com o inglês desde há muito, fui repórter da Voz da América – Voice of America – a emissora oficial americana, conheço brasileiros que falam inglês, caras que chegaram a morar nos Estados Unidos, mas… Falam mal, tropeçam, gaguejam. A Anita é jovem, nunca morou fora, mesmo que tivesse morado, bah, o inglês que ela fala é de constranger muitas americanas. O que fica dessa lição que a Anita nos passa? Fica que tudo é possível ao que crê, ao que se esforça, ao que estuda, ao que busca competência pela competência. E quem está impedido? A rapaziada brasileira fica o dia todo no celular, bobagens para cá, bobagens para lá, tempo perdido e reclamações de toda sorte… Com uma horinha por dia estudando qualquer coisa, inglês, por exemplo, a pessoa vai às nuvens. A porta está sempre aberta para todos. Sem desculpas, senão pela preguiça… Anita, kisses.

BELEZA

Beleza, beleza em tudo, Zurich, na Suíça. Já estive lá narrando um jogo do Brasil pela Rádio Gaúcha, faz tempo, mas… Acabei de rever Zurich um documentário no Canal Viagem. Um repórter tomando café num bar e na calçada desse bar uma estante com livros. Alguém vem, escolhe um livro e o leva para ler em casa, outro vem e traz um livro e o deixa ali… Todos levam e trazem, ninguém surripia. Imagine isso no Brasil…

CONSTRASTES

Contrastes? Já explico, ouça antes esta manchete: – “Fãs amanhecem na fila para comprar ingressos do show de Paul McCarteney em Florianópolis. Será em outubro. Gente de cabelo branco, dormindo na calçada, mas… Os mesmos que reclamam ter que esperar uma hora, duas para uma consulta num posto do SUS. Para as distrações tempo de sobra e nenhuma reclamação, para os deveres e trabalho queixas, dedos apontados. Sonsos.

FALTA DIZER

Num destes jogos da Copa América, jogo entre Equador e Jamaica, em Las Vegas, vi e fiquei envergonhado da brasileirada da Seleção Brasileira. Todos os jogadores do Equador cantavam, “berravam” o hino nacional deles. Os nossos mal abrem a boca, não sabem o hino e são ordinários até nisso. Lasquem-se.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.