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Dormir agarradinhos – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

27/09/2022 - 05:09

Dormir agarradinhos

A Susana Vieira, completando 80 anos, fez uma frase dia destes que deu o que falar. Deu o que falar para os levianos, para os insensíveis, para os que têm dificuldades de entender o óbvio. Antes de dizer do que disse a Susana, lembro à leitora que estudo inglês há muitos anos, já contei aqui do que me levou a esse estudo. E uma das minhas palavras prediletas do inglês também o é em português. A palavra é “cuddle”, que significa abraço, aconchego, carinho, afago, por aí. É aquele afago do amor, do amor que é, antes de tudo, companheirismo, bem-estar de estar com ela, com ele… A Susana Vieira para muitos é uma velha, afinal, está fazendo 80 anos. É uma velha?

Depende do ponto de vista. Numa entrevista que ela deu recentemente, em razão do aniversário, ela disse que não abriu mão do amor, de amar e de “sexo”. Foi nessa última palavra que alguns a criticaram. Quase abracei a tevê ouvindo Susana falar o que falou. Sempre disse aqui que o relacionamento entre marido e mulher, entre “amantes”, deve ser, antes de tudo, companheirismo, um prazer especial de estar com ela ou com ele, e não apenas sexo.

Sexo faz parte do jogo, mais em alguns momentos e bem menos em outros. O “cuddling”, o abraço, o afago, o carinho, o dormir agarradinhos não significa necessariamente o sexo convencional. Ao longo da vida, mudamos. O de que muito gostávamos aos 15 anos, gostamos menos aos 30 e nada ou quase nada aos 50… E assim ad aeternum. Vamos mudando sem muita consciência dessas mudanças.

E quanto ao sexo, é bom lembrar que o verdadeiro sexo, o que produz êxtase, não é o físico, é o afetivo, é o estar juntinhos, e esse tipo de vivência não se esgota ao passar do tempo. Entendi a Susana, aliás, sempre defendi essa postura, o mais é instinto animal, é vapt-vupt físico, orgástico e deu pra bola. Fazem o “exercício” e viram para o lado, um de costas para o outro, sem nada de juntinhos… Passe o tempo que passar, se não tivermos mais oxigênio para o “cuddle”, para o amor, para o dormir juntinhos, de que valerá um casamento? Valerá um alongado aborrecimento, só isso. E é o que mais anda por aí…

ASSÉDIO

Hoje o sermão virou crime… Durante muito tempo não foi crime, era um tipo especial de reprimenda que provocava emendas comportamentais no trabalho, o hoje assédio moral. Eram reprimendas sobre um trabalho errado, malfeito. A crítica de um chefe vinha na hora, dita na frente de muitos para a conscientização do funcionário. Muitos, depois de passarem por essa saia-justa, cresceram, tornaram-se exuberantes a partir da vivência inesquecível.

SEDE

Um velho ditado diz que – “Temos que cavar o poço bem antes de sentir sede”. Bah, a brasileirada acha graça desse ditado, não mais que 5% dos brasileiros têm algum dinheirinho na poupança. Os demais estão esperando pela “sede” para começar a cavar o poço… As famílias tinham que educar os filhos para a poupança, para os investimentos e não para os álbuns de figurinhas. Parvos. Vão sentir “sede” daqui a pouco, ah, vão…

FALTA DIZER

Vem aí uma revolução em 2023? Vem. Virá. Virá se cada um de nós fizer a sua parte e deixar de ser trouxa e ficar esperando por milagres religiosos ou políticos. Só os trouxas para acreditar nisso. É estudar, suar, economizar, trabalhar, trabalhar, trabalhar… E aí haverá a “revolução”, a revolução do ser e do ter, produzida pela própria pessoa..

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.