Fico buzina da vida com pessoas que suspiram por alguma coisa, mas que não movem uma palha para realizar esse desejo. Pessoas que acham desculpas para tudo e de todo tipo, só os muito ingênuos para acreditar nesses indecisos da vida. Construí muito da minha vida vivendo no mundo esportivo. Comecei com esportes amadores de todos os tipos, Rádio Porto Alegre, RS. Iniciei-me como narrador de basquete e futebol de salão. Como narrador de basquete vivi um momento histórico, quando narrei o Brasil ganhando o campeonato mundial no Rio de Janeiro, em 1963. Convivi com jogadores de futebol nas “cavernas” dos vestiários, o que hoje é proibido. O esporte me fez conhecer vencedores e perdedores, e não falo de vencedores e perdedores de jogos ou títulos, falo de vencedores no caráter, na dedicação, na honestidade de jogar para vencer e não apenas – como hoje é moda – cumprir contrato. Estas lembranças têm uma causa. Estava relendo um dos livros da minha biblioteca – “Cabeça de Campeão”, de François Ducase, e dei de cara com ele, o gênio Fred Astaire. Fred Astaire (1899/1987/ foi um dançarino de sapateado, dança típica dos Estados Unidos. Fred fez vários filmes, vê-lo dançar nos tirava a respiração, que talento! Numa entrevista, perguntaram a Fred Astaire como ele parecia tão natural fazendo o que fazia nos filmes, dançando de um jeito inimitável e encantador… Ele respondeu sem piscar: – “Faço cada movimento 10 mil vezes por dia”. É isso. Já falei aqui, dia destes, de jogadores de basquete da NBA dos Estados Unidos que antes de um jogo noturno, arremessam, pela manhã, mais de 1000 bolas à cesta, só para aquecer… Conheço pessoas que começam a estudar um idioma estrangeiro e poucos dias depois desistem. – Ah, muito difícil, muito chato, dizem os vacilantes da vontade. Nada na vida se constrói sem muito suor, sinônimo de repetição, fé e certeza de que tudo com que sonhamos nos é possível. Também já disse que ninguém é louco para sonhar com o que garantidamente lhe é impossível. As gurias da ginástica olímpica não ficam um simples dia sem treinar. Chegam às Olimpíadas e têm dois ou três minutos para se realizar. Será que alguém pensa que elas fazem o que fazem porque nasceram “feitas”? O que queremos nos é possível, mas… Temos que suar. Vai dar certo.
HORROR
Liguei a tevê e deu-me vontade de ir lá fora cuspir. Rolava uma entrevista com um tipo desses de exibicionismos em redes sociais, mentindo, pintando e bordando. Ele era entrevistado por ser colecionador de relógios caríssimos. Um desses relógios, dizia ele, custa mais de um milhão de reais. E dizia ter muitos desses relógios. Se for verdade, e nós com isso? Pena que o entrevistador era também um entupido, tinha que ter perguntado ao colecionador quanto livros ele já leu…
LIVROS
Por falar em livros, quantas bibliotecas comunitárias temos aqui na cidade? Cada vez mais pelo Brasil bibliotecas comunitárias fecham as portas. “Autoridades” (analfas) não ajudam, o povo não se mexe e assim vamos indo e indo… Indo cada vez mais para trás. Jogos eletrônicos são apoiados por boa publicidade, “autoridades” jogam e apóiam… Enquanto isso, os livros só faltam ser queimados em praça pública, como na Inquisição. Brassssilll.
FALTA DIZER
Ah, outra coisa. Todas as empresas, todas, tinham que ter uma sala com livros, uma minibiblioteca, livros doados, uma leitura à disposição dos funcionários. Muitos seriam, costumam ser, doadores. Por que não? Medo das conseqüências das leituras nas empresas ou grossura mesmo?