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Desejar e precisar – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

24/09/2025 - 07:09

Muitos de nós, ou todos nós, fingimos o tempo todo não saber de certas verdades da vida. Um exemplo? O exemplo vem de confundirmos “querer” com “precisar”. Daqui a pouco explico a razão desta conversa. Ora, quem não sabe que querer é diferente de precisar? Ocorre que quando nascemos chegamos ao mundo com a sirene ligada, choramos, esperneamos por tudo o de que precisamos: chupeta, colo, seio da mãe, tudo do bom e do melhor. Esse comportamento vem de uma raiz essencialmente humana, o “Princípio de Prazer”. Nascemos ligados na frequência do princípio do prazer, queremos tudo o que nos faz confortáveis, alegres e felizes, só que… A vida nos contrapõe outra verdade: a do “Princípio de Realidade”. Esses dois princípios vão lutar a vida inteira dentro de nós, o quero e o preciso. Estou nessa prosa porque mais uma vez li a manchete indigesta que se repete todos os meses, sempre com números mais elevados, esta: – “Inadimplência atinge o maior patamar dos últimos oito anos”. Inadimplência é dívida que não conseguimos pagar, é diferente de conta atrasada… A origem dessa inadimplência vem, com certeza, da leviandade de pessoas confundir “eu quero” com “eu preciso”. E assim, lá se vão ao endividamento com lazeres frívolos, viagens inúteis, compras desnecessárias e assim por diante. Pessoas confundindo o eu quero com eu preciso. No caso da maioria dos endividados, duvido que estejam endividados por internações hospitalares ou gastos com remédios, duvido. E esse confundir “eu quero” com “eu preciso” vale para muitas pessoas que querem casar, querem, mas não precisam. Conheço muitas mulheres e homens nesse barco, até diria que hoje, mais do que nunca, a maioria… Vão se lascar na vida, casamento não é querer, é resultar. Resultar de descobertas bilaterais, encantamentos alicerçados sobre educação, respeito, valores honestos e admiráveis dela, dele… Aonde isso? Outra leviandade múltipla que anda por aí: – “Eu quero aquele tipo de carro”. Um carro caro, tudo por exibicionismo, nada de uma necessidade. E assim com quase tudo que anda por aí, pessoas levianas confundido querer com precisar. Um dia, pouco provável, a ficha vai cair e essas pessoas levianas vão descobrir que a vida feliz depende – se depender – apenas de termos o de que precisamos. O mais é excesso ou vaidade tola. Resultado: endividamento e insônia.

TEMPOS

Os psicoterapeutas vão ficar daqui para frente cada vez mais ricos, pudera! Os jovens estão enlouquecendo, coitados, mas como não enlouquecer com os pais de hoje e sem ter vivido a infância? As crianças de hoje não brincam mais como brincavam, não correm, não sobem em árvores, não brincam de pegar, não improvisam brinquedos, nada. E mal acabam de nascer já vão para os “depósitos” chamados de creches… Pobres crianças. Filas para psicoterapias, tentativas para amenizar a infância não vivida.

MÃE

Inventaram que mãe e santa são sinônimos. Algumas mães são “santas”, mas a maioria… ô! Manchete de São Paulo: – “Mãe é presa por espancar filha de 1 ano e 3 meses”. Mordidas, tapas, ossos quebrados na criança. E não foi a primeira vez. Isso é mãe? Ademais, por que se tornou mãe? Ora, para não dizer não a um vagabundo… Muito comum.

FALTA DIZER

Da minha caixa de frases, não sei quem é o autor. A frase diz que – “Muitos quando abrem a boca saem cobras e lagartos, de outros saem arco-íris”. Fico pensando: e dos políticos, de quem saem arco-íris? Só vejo cobras e lagartos se espalhando pelo Brasil. De fato, a melhor “tomografia computadorizada” é a fala.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.