Descuidos a evitar – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

09/07/2024 - 07:07

O medo antes de nos proteger nos diminui, quem tem medo se enterra vivo, dizia o cangaceiro Virgulino Lampião. Já os romanos diziam que “virtus in medium est”, a virtude está no meio. Então, fatiando essa equação, fica assim: o medo é como um remédio, na dose certa nos dá vida, nos excessos nos liquida. Diante dessas verdades, temos que pensar um pouco mais sobre a nossa vida, pensar desde cedo, coisa que seria possível para as crianças. Mas as crianças, coitadinhas, andam abandonadas, tanto pelas famílias quanto pelas modernas ações (ou omissões) das escolas. Pais e mães “abandonam” seus filhos quando não lhes falam sobre a vida, sobre “receitas” para uma vida mais tranqüila, afinal, essas crianças vão crescer. E depois de crescidas, babaus, as mudanças são quase impossíveis, quase…Mudar agora, adultos, é possível, mas dificílimo. Aonde quero chegar? À vida moderna. Uma vida moderna que vai se tornando pior e pior, quando bem podia ser melhor. Explico. O assunto está sendo discutido no mundo todo, as vivências são parecidas. É a questão da diminuição das famílias, dos isolamentos de pessoas nas grandes cidades e dos descuidos da maioria para um futuro que está chegando cada vez mais cedo. Chegar aos adiantados da vida e dar-se conta a pessoa de que ela está só e tem poucos recursos para ter uma vidinha um pouco mais tranqüila é de ensandecer. O que fazer? É tarde, os melhores anos da saúde física e mental ficaram para trás; sim, ainda há tempo, mas um tempo curto e de poucos entusiasmos. O que fazer? Vem dessa verdade moderna, a de termos cada vez menos parentes, irmãos, tias, tios, primos, vizinhos, amigos, vida comunitária, enfim, que resultam as inquietações de difíceis soluções. Como tratar da saúde depois de velhos, depois de tantos e tantos anos de descuido? Como ter uma poupança se poupança nunca foi feita para um futuro mais tranqüilo? Isso tudo tem que, hoje, mais do que nunca, ser conversa de vida familiar, desde muito cedo para as crianças crescerem atinadas a não perder tempo e não sonhar com seguranças sem investimentos nessa possível segurança. A vida moderna é uma sentença condenatória de solidões e penúrias se os devidos “investimentos” não forem sido feitos nas horas certas. Solidão e penúria financeira, e agora? Agora é tarde. Educar as crianças para diminuir esses tormentos.

VIDA

Uma crise mundial, um sinal de alerta. Mais um caso. Foi esta semana em Goiás… Uma jovem estudante de medicina – jovem – morreu por overdose de remédios para dormir. Ela não dormia. Não é normal, mas está ficando comum. Já disse aqui, incontáveis vezes, que remédios não nos fazem dormir, nos dopam, anestesiam. É preciso tratar da causa da insônia, uma causa emocional. A solidão existencial é um dos alicerces da insônia. Cabeças em paz dormem… Estou avisando, remédios matam.

HOMENS

Arranquei a folha do dia de um calendário religioso que ganhei de presente. E lá estava uma mensagem escrita por um frei, dizia assim, num certo trecho: – “O Coração de Jesus nos garante que Deus busca os homens e não as coisas dos homens…”. Quem prova que Deus disse “homens e não seres humanos”? Estou sentado, esperando a resposta, frei. Ouviste, frei?

FALTA DIZER

Palavra, eu gostaria de entender. Semana passada, um ônibus de romeiros ia para Aparecida (SP), todos para cerimônias religiosas. O ônibus bateu numa ponte e 12 morreram na hora… Como alguém explica isso ou consola as famílias religiosas? Estavam indo rezar…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.