Deixar para amanhã – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

26/07/2024 - 07:07

As pessoas escrevem suas biografias todos os dias. Lá adiante, não há como escapar, vamos fazer o balanço das contas da vida e bufar: – “Desgraça, eu devia ter feito e não fiz”! Ou então, sorrir e dizer para si mesmo: – “Santo Deus, bendita hora em que decidi iniciar uma poupança, ou investir nos estudos…”! Enfim, um rosário de queixas ou de reconhecimentos. A razão desta conversa? Acabei de ver, mais uma vez, estatísticas sobre acidentes de trabalho. De cara, já deixo claro que não acredito nas pesquisas que “os outros” fazem, acredito no que vejo todos os dias, em todos os ambientes de trabalho: desatenções. No caso dos acidentes de trabalho, pesquisas e observações minhas, em 96% dos casos, a culpa é do acidentado. Mas as pesquisas “oficiais” que andam por aí nem de longe falam disso. Dizem que o acidente foi conseqüência da falta de treinamentos, falta deequipamento de segurança, falta disso, falta daquilo. Negativo. O que há, quase sempre, é descuido do acidentado, prepotência, negligência. Muito calor? Para que capacete, para que luvas, por que usar botas, cintos de segurança atrapalham, para que botar óculos de proteção contra faíscas e por aí vai o rosário de acomodações. Nem me vou alongar, porque, afinal, todos fazemos parecido com questões de “segurança” de nossas vidas. Jovens que não estudam e que mais tarde vão se dar conta de que foram vadios, vão chorar por um diploma que não foi viabilizado… Maridos, separados, vão se dar conta de que foram boçais com suas esposas, empregados que foram negligentes no trabalho e que agora choram a demissão… Outros tantos que encheram o bucho com comidas indevidas, sabiam disso, mas o paladar falava mais alto e agora estão ferrados, saúde lascada, tratamentos difíceis e curas pouco prováveis… Hoje, todos nós, por uma razão ou por outra, lamentamos o “deixar para amanhã” de muitos momentos de nossas vidas. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”! Geraldo Vandré perdeu tempo escrevendo essa música. Sim, também é verdade, não existe o amanhã, amanhã é uma invenção, só temos o hoje e se não fizermos a semeadura do hoje, agora, babaus, a vida ficará no atoleiro da postergação num outro hoje. Algum projeto, leitora? E o leitor? Ah, que beleza, já começaram a executá-lo, que bom!

CAFÉ

Roda de café, num shopping de Florianópolis. Vieram os cafés e um dos companheiros pegou da bolsa dele um vidrinho de adoçante e quase o esvaziou na xícara de café. Não disse nada. Fiquei na minha, afinal, não se vai admoestar um “doutor” sobre seus modos de vida, mas… O cara não irá longe na vida. Esses adoçantes que andam por aí, faça-me o favor, coma açúcar puro que será muito melhor para a saúde. E ele não sabe disso?

CONSELHO

Dar conselho é como dar tiro no escuro, se não acontecer o pior, a pessoa pode atirar no próprio pé… É o que acontece quando desabafamos os nossos dissabores na vida, quando fazemos uma confissão sobre algo muito nosso… A pessoa que nos ouve nesses desabafos precisa ser filha de Maria, caso contrário, estaremos dando sim um tiro mais que no pé. Boquinha fechada, é o conselho.

FALTA DIZER

Existe mulher bandida? Existe. Existe mulher mau-caráter, criminosa dos piores crimes? Claro que sim, mas… Em números e proporções infinitamente menores que os dos homens, bah, exceções mesmo! E digo isso lembrando que não conheço mulheres caçadoras, mulheres atirando por prazer em bichos indefesos, não conheço. Admiração, “gurias”!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.