“Dai, pois, a César o que é de César…”

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Por: Antídio Aleixo Lunelli

06/10/2023 - 09:10 - Atualizada em: 06/10/2023 - 16:16

Antídio Aleixo Lunelli
Deputado estadual

Aproveito esse espaço hoje para propor uma reflexão sobre as situações que estamos enfrentando, tomando por base um ensinamento bíblico – do livro de Mateus – capítulo 22, versículo 21 – e que foi dito por Jesus ao ser inquirido sobre impostos devidos aos romanos:

Jesus nos ensinou:
“Dai, pois, a César o que é de César…”

Partindo dessa premissa, vamos lembrar as competências, e as responsabilidades sobre o momento Brasil que atravessamos, atribuindo, aos verdadeiros responsáveis, a parte que lhe toca.

Há 21 anos, portanto em 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil com a promessa de combater a corrupção, acusando o Congresso Nacional de um bando de picaretas, apontando desvios de governos anteriores.
As suas tentativas anteriores de chegar à Presidência haviam dado errado pelo seu radicalismo. A equipe de marketing criou então o Lulinha Paz e Amor.

Mas eles sabiam que isso não seria o suficiente e foram buscar o braço forte empresarial na figura de José de Alencar – do ramo têxtil. Qual era o partido de José de Alencar à época? O Partido Liberal. Ou seja, o PL fez parte do primeiro governo Lula. O PL foi decisivo na primeira vitória do PT.

Foi dado início assim ao marco preparatório do que viria em seguida: uma sequência de atos criminosos que colocaram o Brasil nas páginas policiais do mundo. Alguns desses partidos e seus integrantes se esquecem da colaboração que foi dada para Lula e ao PT – mas vou frisar o início da minha fala:
– Vamos dar a Cesar o que é de Cesar…

Hoje em dia – muitos dos que estiveram envolvidos, apoiaram ou defenderam o assalto aos cofres públicos como “programa de governo” – fazem pose de moralistas, paladinos da moralidade – e se esquecem do passado, apostam na memória fraca dos eleitores. Pior, acusam todos os outros. Apontam o dedo, fazem discursos inflamados. Falam dos outros partidos. Acusam o MDB.

Eu sei que o MDB tem muito o que se explicar e trabalho fortemente para ajudar a corrigir os rumos do meu partido. Mas sou contra o falso moralismo, contra a hipocrisia que não cai bem às pessoas públicas. Muitos são bandidos travestidos de mocinhos e que pretendem que lhes entreguemos o atestado de bons antecedentes.

Temos um exemplo. A famigerada ação sobre marco temporal que não é de agora – que votada no Supremo Tribunal Federal já está fazendo vítimas Brasil afora! Quem está por trás da proposta? Vão de partidos políticos, ONGs de esquerda (até internacionais), índios que são manipulados, menos os índios que querem apenas viver decentemente e plantar para sua subsistência – que é o que fizeram a vida inteira e ainda hoje.

Lá na propositura – em meados de 2017 – ninguém fez absolutamente nada, mas hoje escoram-se nos seus partidos que foram omissos e se dizem defensores dos que serão atingidos!

Pergunto: – Mas por que não fizeram antes?
– Qual é o interesse atual? Por acaso seriam as eleições do ano que vem? Querem outros exemplos da agenda da esquerda para o Brasil e que ninguém está se dando conta?

– Foi aprovado o Projeto de Lei do vereador Eduardo Suplicy do PT, no Legislativo em São Paulo, que cria cotas em concursos públicos para ex-presos!
– O mesmo projeto obriga que empresas contratadas para obras públicas, reservem 5% das vagas para ex-presidiários.
– A liberação da maconha é só o começo!
– Querem uma “Justiça transformativa”, ou seja, que não pune.
– Defendem o “abolicionismo prisional”, ou seja, ninguém será preso no Brasil.
Temas cruciais, a instituição da liberdade criminal e ninguém está atentando em pautas tão importantes.
Alguns políticos e seus partidos fingem não ver ou saber. Mas, se alguém acha que vai tirar proveito sem ser desmascarado está muito enganado.
Muitos querem fazer barulho por conveniência! Vamos ser – no mínimo – coerentes!
A classe política voltou ao cenário da lama, afinal de contas, o protagonismo da infâmia, também está de volta.

A economia está em frangalhos e caminha a passos largos rumo ao penhasco.
Há uma ganância, uma sede desenfreada por impostos – tudo para manter uma máquina inchada, sem planejamento, sem rumo e um governo voltado ao turismo pelo mundo com passeios que envergonham os brasileiros, ofende quem trabalha e produz. O Brasil vive um momento de disputas entre Poderes e de total desrespeito à Constituição Federal.

A construção de um caminho para o povo brasileiro, salvo melhor juízo, começa pela união de esforços, mas também pela “mea culpa”, lembrando quem colaborou e ainda colabora para a derrocada que estamos vendo no nosso país.

O Brasil é um só! Não existe a pretensão de “nós e eles”.
Vamos lembrar que, nos dias atuais, a informação está na palma da mão e ao alcance de todos. A maquiagem dos que se arvoram em moralistas pode sair facilmente e revelar outras práticas nada republicanas. A política necessita urgente de uma grande dose de um medicamento preventivo de honestidade – porque, no atual cenário, vislumbramos a aproximação de um quadro infeccioso muito grande.

E tudo começa com cada um assumindo a parte que lhe toca – de acertos e erros.

A mentira tem pernas curtíssimas e a verdade nos aguarda na próxima esquina.

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Antídio Aleixo Lunelli

Antídio Aleixo Lunelli é deputado estadual pelo MDB. Fundador do grupo Lunelli, foi prefeito de Jaraguá do Sul.