A mortandade de peixes registrada no ribeirão do bairro Rio Cerro, em Jaraguá do Sul, e investigada pela Fujama, acende mais uma vez o alerta sobre um tipo de prática que deveria estar definitivamente sepultada no passado: o crime ambiental. Em pleno século 21, quando as discussões sobre sustentabilidade, preservação e responsabilidade socioambiental são parte essencial da agenda pública e privada, é inadmissível que empresas, pessoas físicas ou organizações de qualquer natureza, contaminem cursos d’água e provoquem danos irreversíveis à fauna e ao equilíbrio ecológico.
Os peixes mortos encontrados no referido ribeirão simbolizam o enfraquecimento de um ecossistema inteiro e a afronta direta à comunidade que depende de um meio ambiente saudável. Mais do que isso, configuram uma agressão ao patrimônio coletivo: a água, recurso vital e finito, que pertence a todos e precisa ser preservada com rigor.
A legislação brasileira já classifica esse tipo de infração como grave, mas, na prática, as punições ainda se mostram brandas diante da magnitude do estrago causado. É hora de transformar a indignação em ação efetiva. Não basta investigar: é necessário punir de forma exemplar, com multas pesadas, responsabilização criminal e a exigência de reparação ambiental. Do contrário, a impunidade seguirá como convite para reincidência.
Cabe também ao poder público ampliar e tornar mais efetiva a fiscalização. Tecnologias modernas permitem o monitoramento constante de rios e ribeirões, e sua adoção deve ser prioridade. A população, por sua vez, precisa manter-se vigilante e denunciar irregularidades.
A morte de peixes no Rio Cerro não pode ser tratada como um episódio isolado. É um sinal de que, sem fiscalização severa e punições exemplares, a destruição ambiental continuará avançando. Jaraguá do Sul, que tanto se orgulha de sua relação com a natureza, precisa exigir que este crime não passe impune. Afinal, cuidar do meio ambiente não é opção: é obrigação moral, social e legal.