É difícil acreditar, mas aconteceu: a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), mantida com o dinheiro dos catarinenses, publicou um edital de pós-graduação prevendo uma vaga reservada para alunos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Como se já não bastasse o que mandamos de recursos para Brasília e recebemos de volta em migalhas, agora querem impor ao povo de Santa Catarina mais essa distorção. E ressalto que não tenho nenhum tipo de preconceito com os brasileiros de outros estados, não se trata disso.
Mas esse tipo de política, além de absurda, divide o Brasil em pedaços, em regiões contra regiões, em grupos contra grupos. Não é essa a função de uma universidade estadual. O papel de uma instituição como a Udesc deveria ser um só: oferecer educação de excelência, acessível e de qualidade, que forme profissionais capazes de transformar a sociedade.
Santa Catarina tem uma das melhores redes de ensino básico do Brasil. Mas ainda há muito o que melhorar. A verdadeira luta deveria ser essa: garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de base de excelência, com professores valorizados, infraestrutura adequada e condições reais de aprendizado.
Enquanto isso, em vez de enfrentar o desafio de elevar a qualidade da educação desde os primeiros anos, optam por criar cotas que não têm qualquer lógica. O que tem a ver o lugar onde alguém nasceu com a capacidade de ingressar em um mestrado ou doutorado? Mérito, esforço, dedicação — isso sim deveria ser critério.
Vale lembrar: a Udesc é financiada pelo contribuinte catarinense. São os impostos do povo daqui que mantêm essa estrutura. É inaceitável que se crie reserva de vagas para pessoas de fora, em prejuízo dos próprios catarinenses que sustentam a universidade.
O governador Jorginho Mello já se manifestou contra essa aberração. E está certo. É preciso defender o interesse do nosso estado e dos nossos cidadãos.
Inclusão não pode ser um pretexto para criar privilégios e distorções injustificáveis. Inclusão é preparar a base, desde a alfabetização até o ensino médio, para que nossos jovens cheguem ao ensino superior em pé de igualdade. Tudo o que desvia desse foco é cortina de fumaça. Dividir a sociedade em grupos é o caminho errado. O único caminho certo é o da educação de excelência para todos.
A educação que defendo precisa ser baseada em liberdade, mérito e responsabilidade. O Estado deve garantir ensino de qualidade, sem doutrinação, que prepare nossas crianças para a vida real e para o mercado de trabalho. É preciso valorizar quem se esforça, quem estuda, quem dedica horas do seu dia para conquistar uma vaga pelo próprio mérito — e não criar privilégios artificiais que só alimentam divisões.
O Brasil não precisa de mais cotas absurdas. Precisa de escolas que ensinem de verdade, que respeitem as famílias, que preparem cidadãos livres e capazes de construir seu futuro.