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Corda no pescoço – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

24/09/2024 - 07:09

Corda no pescoço “enforca”. A que corda me refiro? A corda religiosa. Sei bem e por muito tempo, tive essa corda no meu pescoço. Ouvia todos os dias que quem morresse com um pecado mortal, não ir à missa no domingo, por exemplo, iria para o inferno e do inferno não sairia jamais. Olhe bem o que diziam para crianças. Ouvi isso até cansar. Estou nesta conversa enjoada, leitora, porque acabei de ler as declarações de uma atriz da Globo, a moça faz parte do elenco da novela Renascer. Ela rompeu com a “religião” que até então a prendia de modo injustificável em proibições inventadas por “pregadores religiosos”, todos homens… A moça, na entrevista, disse que – “O impacto da religião em minha vida teve muitas faces. Eu vivia sob culpa, medo e muitas proibições. Muito preconceito e julgamentos. A religiosidade me aprisionava, a espiritualidade está me libertando…”. Essa moça é mais uma da tevê que tirou a corda religiosa que tinha no pescoço, corda colocada por homens, “pregadores” que querem passar a imagem de santos. Sei bem o tipo de “santo” que eles são… O que quero dizer é que todos podemos ter silenciosamente a nossa religião, que outra coisa não é senão seguir a doutrina da educação moral e cívica. Quem for pessoa justa, correta nas ações, quem respeitar os outros e fizer sempre o bem que lhe for possível, pronto, essa pessoa viverá no céu, no único céu que garantidamente existe: o do aqui e agora da vida. Alias, sempre que falo disso lembro-me da parábola do Bom Samaritano, um cara sem religião, mas “um santo”. Ajudou a quem precisava, fez o que uma pessoa ética, correta, costuma fazer e foi embora sem olhar para trás. Isso é ser “religioso” sem espalhafatos, sem passar o pires pedindo dízimos ou parecidos… Ah, quase esquecia, os homens inventaram que o teatral pecado original foi por conseqüência da queda de Eva no paraíso. Uma “mulher” lascou com a humanidade, olhe só o que homens inventaram. Quem quiser viver no céu, no único céu existente, que viva no aqui e agora das decências, pronto, viverá no céu. E tudo o mais serão pedras atiradas pelos fora da lei, mas religiosos “pregadores”. Que as mulheres acordem, como as jovens atrizes estão acordando. Já é tempo.

LEI

Lei também pode ser chamada de chibata, depende das circunstâncias. Li há pouco, informação de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro que dizem que 99% dos incêndios florestais no Brasil são produzidos por pessoas. Ah, é? Então que não se olhe para os lados, pegados os incendiários, vagabundos “tendenciosos” políticos ou ignorantes genuínos, que se lhes aplique a lei sem dó nem piedade. Sem “dó”, eu disse. Safados! Sem dó…

DECÊNCIA

Ou o pessoal repensa, refaz a programação, ou acabem de vez com essa excrescência que ainda chamam de Rock in Rio, que de rock não tem mais nada. Numa das noites dos “shows”, um grupo de homens, pútridos existenciais, cantava no palco e um deles gritava: – Mãos para cima, porra, caralho! Várias e várias vezes. Um outro falava de tirar a calcinha e enfiar o dedo… E os “pregadores” religiosos/políticos não vêem isso? Se metem em tudo…

FALTA DIZER

O povo se encrenca mais que tudo pelos votos levianos, votos “partidários”, votos irresponsáveis. Ouvi há pouco um candidato à reeleição de prefeitura prometendo hospitais, mundos e fundos na saúde, porém, ergueu a voz contra a vacina da Covid há três anos… Lambeu botas e agora quer votos… Rato!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.