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Conversas da vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

25/10/2025 - 07:10

Já fui muito criticado em conversas familiares. Motivo? Ocorre que quando recebemos visitas em casa em muitos momentos posteriores sou criticado por quase não ter aberto a boca. Fiquei, para alguns familiares, num silêncio desagradável. E por quê? Simplesmente, porque não tenho o que dizer quando a conversa não tem pé nem cabeça, é aquela conversinha barata que não nos leva a nada. Depois da visita, quase apanho. Já quando a conversa é interessante preciso de um freio, se não me segurarem só eu falo… Fico aceso. É um jeito de ser. Digo isso para falar de casamentos. E o culpado por essa minha lembrança é o escritor Rubem Alves, um gênio de erudição e educação, com quem um dia jantei em Criciúma. Foi num evento de que ambos participamos. Relendo Rubem Alves, no livro “Do universo à jabuticaba”, encontrei esta frase: – “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: “Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice”? Boa pergunta, o que mais vejo são casais apenas trocando monossilabicamente perguntas e respostas. Conversa que é bom, nada. Falo daquela conversa que nos anima, que nos dá vida porque é mantida com alguém que nos faz sentido na vida, pessoa que é o nosso outro eu… Tinha que ser assim, não vejo razão para um casamento senão para uma reciprocidade que nos vai dar alento lá adiante, na velhice. Casar com uma sirigaita ou com um bacanão metido a macho mas que de macho nem as calças justificam, ah, por favor, melhor é ficar solteiro. – “Ah, Prates, mas quem vive debaixo do mesmo teto, quem se vê a toda hora, não tem muito o que dizer”! Tem sim, afinal, uma conversa não precisa ser sobre a Bolsa de Valores ou sobre as decisões da ONU. No caso dos casais, os assuntos são infinitos, desde é claro que haja criatividade e amor. Não sendo assim, o casamento vai ser de um silêncio de mosteiro, que é o que mais temos por aí nas famílias: mosteiros medievais onde o que mais se ouve são moscas voando… Companheirismo faz bem à vida, e os que se amam conversam muito mesmo no silêncio…

ARTIFÍCIOS

Sim, a chamada Inteligência Artificial vai mudar muitas coisas em nosso cotidiano, porém… É uma estupidez muitos dizer que ela vai acabar com os trabalhos da maioria. Vai acabar como o chuveiro elétrico acabou com os banhos de bacia, como o rádio e a tevê diminuíram ignorâncias, a luz elétrica, enfim, nos facilitou muitas coisas na vida, porém… Com as facilidades da I.A. os humanos vão “descobrir” que precisam voltar a ser humanos para reencontrar a felicidade. Sem artifícios…

FACILIDADES

Hoje, em muitas casas, a pessoa vai andando pelos corredores e as luzes acendem-se automaticamente. Facilidades de toda sorte, casarões, confortos daqueles de filmes, ou tudo muito melhor, mas… E as pessoas, estão mais felizes? Nunca como hoje houve tantos transtornos mentais, pessoas desesperadas, ainda que nadando em dinheiro. Luz da vida, o dinheiro não compra felicidade…

FALTA DIZER

Há pessoas que são anjos encarnados, só podem ser. Conheci ontem no programa Sem Censura, na TV Brasil, um jovem chamado Jules Vandy Stadt que coordena a ONG Cantareiros, um grupo de cantores cariocas que leva alívios a pessoas em estado de vulnerabilidade em hospitais, casas de repouso, asilos… Cantam, enternecem e produzem “milagres” em muitas pessoas idosas ou desenganadas da vida. Os Cantareiros? Anjos, sem dúvida.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.