Nosso corpo é um mecanismo que funciona através das reações das nossas mentes, ele se movimenta no sentido que os estímulos dados os estão conduzindo. Uma tensão gera um aprisionamento de um músculo inspiratório não nos deixando relaxar. Uma raiva gera uma rigidez no músculo mastigatório, provocando dor na cabeça e no pescoço que ao longo do tempo pode gerar alterações funcionais nas vértebras cervicais.
Quantas vozes se perderam porque não podiam falar. Quantos estômagos se retorciam porque não foi possível digerir tudo o que vivenciou. Quantas lombares doem cronicamente por estarem contraídas suportando o peso de todas as responsabilidades.
O nosso interno reflete diretamente nas nossas expressões físicas e o corpo sofre quando os sentimentos são negativos e ruins. O corpo não relaxa, insiste em se manter na tensão, perdendo a liberdade de se mover, de estar assentado na nossa própria pelve, sentindo a nossa força e a nossa potência.
O corpo é a esponja que absorve tudo o que nossa alma sente. Não é mais possível negar.
Esses movimentos individuais, físicos e mentais promovem uma mudança psicológica e fisiológica, que não se separam e que define nossa saúde em geral. Movimento cura, mas ele precisa acontecer de dentro para fora e de fora para dentro. Quando nos movimentamos, não apenas mexemos nosso corpo, mas movimentamos pensamentos antigos, sentimentos ruins que estão aí dentro ocupando espaço e se tornando doenças físicas.
Quando nos movimentamos permitimos mudanças de ideias, de planos, de opiniões, como se atualizássemos o GPS da nossa vida. Permitimo-nos vislumbrar novos universos, novas conquistas, mudar as rotas, dar um sentido diferente. Mexemos em crenças e conceitos que fazem parte do nosso ser, que muitas vezes, já não são mais as nossas verdades e não fazem mais sentido.
Quando nos movimentamos, mudamos o olhar sobre nós mesmos, sobre nossas capacidades e sobre a nossa imagem diante do espelho. Nada é estático no Universo, tudo se move sem parar e tudo se transforma.
É o deslocamento que o corpo faz de um lugar para o outro, uma forma de mover-se, que se inicia na concepção e continua no processo do nosso desenvolvimento até a nossa finitude, que nos liberta de tudo o que nos aprisiona. Porém, para que o movimento aconteça, também precisamos dançar e olhar sem julgamentos para aqueles que dançam, mesmo quando não podemos ouvir a música.
