Como se tornar famoso – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

20/07/2024 - 07:07

Quando li esse título, esse do – “Como se Tornar Famoso” – me joguei na leitura. Um título instigante, mas que não pode ser engolido por uma crença apressada, pensar que há um roteiro para ser famoso. Já explico. O americano Cass R. Sustein, professor da Universidade de Harvard, lançou um livro cujo título é esse: – “How to Become Famous”. “Como se Tornar Famoso”. Esse professor fez uma lista de famosos conhecidos, como os Beatles, Shakespeare, Taylor Swift, Leonardo da Vinci, Cassius Clay (boxeador) e uma longa lista de outras personalidades que se tornaram famosas… pela sorte. O autor do livro explica por A+B que sem sorte, neca, peteca, o sujeito pode ter o talento que tiver que não vai se tornar famoso. Discordo da cabeça aos sapatos com o “professor”. Antes de tudo, a tal sorte é irmã gêmea do destino, questão que com freqüência discuto aqui. Prove-me a existência do destino? Prove-me a existência da sorte? Prove-me a existência de qualquer um dos deuses da História humana. Tudo criação de cabeças desesperadas, cabeças que não admitindo seus fracassos criam “provas” nunca comprovadas. Ademais, sabe-se que ninguém ajuda a quem não se ajuda… O suor derramado, o talento descoberto e desenvolvido, a obstinação num “vai dar certo” resultam no sucesso das pessoas. Acreditar na sorte pura, sem alicerces, tira muito do esforço de muitos e leva-os à acomodação, gente que vive suspirando os “azares”: – “Ah, nunca tive sorte”! Pudera, nunca fizeste nada de útil e talentoso, como queres sorte? Outra coisa, que tente alguém ganhar na loteria sem fazer antes uma aposta… A sorte ajuda a quem faz o que tem que ser feito. Muitos dos nossos “encontros” na vida parecem resultar da sorte, na verdade resultam de formidáveis energias que carregamos conosco sem, muitas vezes, nos darmos conta. Nada acontece por acaso na vida, nem a sorte nem o azar de igual modo. Com se tornar famoso? Fazendo algo bem-feito, alguma coisa que produza o bem, encantamento, conquistas, o bem- estar das pessoas, no mínimo; pronto, aí estarão o sucesso e a fama, de mãos dadas. Creditar a fama dos gênios cientistas, dos artistas excepcionais, dos ricos pelo trabalho à sorte é ser um perdedor na vida. Os “grandes” não ficaram famosos por sorte, mas porque se fizeram grandes. Professor, acorde!

VIDA

Eu gostaria de saber como foi a educação caseira, familiar, enquanto criança, do rapaz que atirou no Trump, dia destes. Como terá sido essa educação? Será que os pais falavam de disciplina, de respeito às leis, de leituras, de sucesso honesto na vida, será? Na casa do rapaz não encontraram livros, mas armas e mais armas, daquelas pesadas, nada de brincadeira. Ah, encontraram armas? Revela-se a cara do pai, o caráter dele…

INFÂNCIA

O ser humano, graças ao Senhor, não é uma equação matemática, mas a teoria da probabilidade humana nos lembra que é muito difícil uma criança sem bons exemplos por perto durante seu “período de molde”, do nascimento até aos cinco anos, ter mais tarde boa conduta e crescer nos corretos trilhos da vida. Educação rígida e incondicional diminui em muito os possíveis desvios de conduta futura. Adianta dizer?

FALTA DIZER

Estudos da Universidade de Michigan – EUA – observaram que uma ligação entre um alto senso de propósito e uma menor mortalidade de adultos com mais de 50 anos. Pô, vivo dizendo isso, aposentar-se e bater as mãos de felicidade é coisa de cabeças minguadas, a pessoa vai morrer mais cedo. O propósito é o ventilador da vida.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.