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Como se explica? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

06/11/2025 - 07:11

Saí para minha caminhada do dia e… fones nos ouvidos para escutar um palestrante americano. Faço isso para treinar meu inglês. A palestra que ouvi ontem me fez parar a caminhada, olhar para o céu e suspirar… Um psicoterapeuta contava de sua experiência com um cliente especial. Esse cliente tinha 72 anos, aposentado, um bom dinheiro guardado, perdera a mulher aos 65 anos. O cidadão vivia sozinho, aborrecido e sem ânimo para voltar à vida. Pensou, pensou e contratou uma “cuidadora”, que não era para ser exatamente cuidadora, era para ser uma companheira. Iniciou-se uma boa relação entre o aposentado e a cuidadora. Um dia, conversando, ela contou de uma experiência que vivera em família. Ela foi pegar uma melancia no porta-malas do carro, deixou a melancia cair e a fruta se despedaçou toda. O aposentado ouviu e tremeu. A mulher dele tinha feito a mesma coisa num certo dia da vida deles. Passou. Outro dia, a cuidadora contou que na formatura dela precisou usar dos sapatos de uma amiga, vizinha… Santo Deus, pensou o aposentado. A mesma situação tinha vivido a esposa dele. Mesma coisa. Passado alguns dias, a cuidadora contou de um gatinho preto que ela achou na rua e levou para casa. Foi um alarido inicial, a família não queria o gatinho, mas ele ficou. Ficou e foi tornado um filho da família. O aposentado ouviu e nada disse, mas outra vez tremeu por dentro. A mulher dele fizera a mesma coisa quando eram noivos. Dia após dia, a cuidadora contava histórias totalmente “conhecidas” pelo aposentado, conhecidas pelas vivências de sua falecida esposa. O aposentado passou a ouvir com mais atenção ao modo como a cuidadora falava. Num certo dia, o aposentado notou que a sua companheira-cuidadora usava dos mesmos e, nada comuns, verbos que a sua falecida esposa usava. Foi a gota d’água que faltava no copo que já estava cheio. O aposentado passou a ter certeza de que aquela sua “cuidadora” era sua esposa reencarnada, “escondida” no corpo de uma estranha. O psicoterapeuta contou no final da palestra que o seu cliente, o aposentado, vive até hoje com sua falecida esposa, hoje reencarnada na “tutora”. E tudo é afirmado com a mais absoluta fé. E agora? Como dizer que não…?

PSICOLOGIA

Você já “ouviu” a história aí de cima? Então, é bom recordar que a Psicologia nos ensina que nossas predisposições alteram nossas percepções. Tendemos a ver o que queremos ver. E isso provoca graves equívocos, haja vista os tantos desacertos nos casamentos de hoje. Mas há “coincidências” que não se explicam. Não se trata de predisposições, se tratam de fatos, como no caso da relação do aposentado com a tutora, história que contei lá em cima.

REPETIÇÃO

Ter amigos está fora de moda, a moda é ter seguidores. Que que burrice, que perda de tempo! Ter amigos, amigos de fato, ter bons relacionamentos pessoais nos fornece um elevado nível de proteção na vida. Uma proteção que pode ser física e que é muito importante, e uma poderosa elevação emocional. Ninguém na vida pode dizer que está fora dessa, quem o disser e desdenhar dessa verdade vai pagar caro essa conta da vida.

FALTA DIZER

Prometer saúde para o povo durante campanhas eleitorais devia ser algo registrado em cartório, não cumprida a promessa, prisão. Ouvi ontem uma senhora numa emissora de Florianópolis dizendo que está há quatro anos esperando por tratamento para a moléstia dela e nada de atendimento… E se ela fosse rica? Teria sua saúde atendida “na hora”. Isso tem que acabar, à força…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.