O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã de terça (25), que determinou ao Ministério da Justiça, o fechamento de quase todos os clubes de tiro do país, como forma de restringir o acesso às armas por pessoas físicas. Entendemos que proibir a herança e manifestação de uma tradição cultural fundamentada em prática respeitosa, disciplinada e segura é, no mínimo, atentar contra os direitos individuais.
Os argumentos sustentados pelo Presidente para tal propósito, são falaciosos, além de revelar um patético paradoxo, senão vejamos: a segurança pública é um dos principais deveres do estado, e ele deve garantir que as atividades realizadas dentro de seus limites não representem riscos para a sociedade.
Oras, é justamente o que caracteriza o ambiente e funcionalidade desses clubes. Fica evidente, portanto, que a narrativa utilizada pelo Executivo tem, em seu teor estratégico, a lógica de que uma população armada resiste, mais efetivamente, a medidas autoritárias, protegendo seus direitos em casos de governos opressivos.
Por conseguinte, a restrição de armas proporciona a um governo nada democrático, a possibilidade de exercer um controle maior sem enfrentar resistências. Espera-se, então, lucidez por parte do Congresso Nacional em não acatar arbitrariedades dessa natureza. Podemos até entender que presidencialismo de coalizão pressuponha acordos de interesses políticos, porém, é inadmissível negociações rifando direitos fundamentais dos cidadãos.
Walter Janssen Neto – presidente da Rede OCP de Comunicação