Vergonhosamente, mais uma mulher foi agredida pelo marido em Jaraguá do Sul, repetindo uma trágica mazela que se arrasta sem fim. Até quando vamos aceitar que vidas sejam dilaceradas dentro de seus próprios lares? Cada caso de violência doméstica é um grito sufocado, ignorado por uma sociedade que, por muito tempo, fechou os olhos, normalizando essa tragédia cotidiana.
Algo precisa mudar, e urgentemente. Entretanto, é raro ver representantes políticos locais levantando essa bandeira de campanha. Nesta quarta-feira (11), a Câmara dos Deputados finalmente deu um passo para endurecer as punições contra a matilha de covardes que habitam nossa sociedade.
O Projeto de Lei 4266/23, que aumenta a pena de feminicídio dos atuais 12 a 30 anos de reclusão, para 20 a 40 anos, traz um sopro de esperança para quem clama por justiça. Além disso, a pena para violência doméstica também foi ampliada, passando dos atuais três meses a três anos, para dois a cinco anos de reclusão. É um avanço, sim, mas ainda não é suficiente, pois, até que ponto a aplicação dessa lei será, de fato, eficaz se, culturalmente, somos um país que não cuida das mulheres?
O estado tem se mostrado ineficiente na aplicação das leis. Assim, quantas mulheres precisarão ainda ser espancadas, humilhadas, assassinadas, até que a sociedade realmente enfrente esses monstros que se escondem atrás de uma fachada de normalidade? Violência doméstica não é um problema privado, é uma questão pública, onde ações efetivas conjugadas com o rigor da lei devem se mostrar implacáveis. Se um homem (nesse caso, meliante) não consegue controlar sua violência, então ele não pode conviver em sociedade.
Não podemos mais aceitar justificativas como “perda de controle”, “ciúmes” ou qualquer outra desculpa esfarrapada que serve apenas para mascarar o comportamento abjeto desses agressores. Cada mulher agredida é um grito por socorro. Cada agressor impune é um descaso da sociedade. Portanto, para os acéfalos criminosos, cadeia! Para as vítimas, respeito e justiça! Que a sanção presidencial seja célere e o primeiro de muitos passos rumo a uma sociedade verdadeiramente justa para as mulheres.