Parte do programa Dia de Ação do Governo, o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, esteve em Jaraguá do Sul ontem para prestar conta dos trabalhos e falar sobre as perspectivas da empresa. Um dos pontos ressaltados pelo joinvillense é a situação considerada confortável da região em relação ao abastecimento de energia. Enquanto o Estado fica em média 14 horas por ano sem luz, a regional fica 11h e Jaraguá do Sul apenas 8h. Entre 2011 e 2015, foram cerca de R$ 40 milhões aplicados na região, nos próximos anos, outros R$ 45 milhões serão investidos em obras, tanto em alta tensão, quanto em média e baixa.
Com um faturamento de R$ 12 bilhões ao ano e uma política de redução de custos operacionais, a empresa conseguiu diminuir os impactos da crise, mas registrou aumento da inadimplência e queda no consumo. Enquanto na última década, o consumo cresceu de 3% a 4% ao ano, em 2015, o indicador caiu 2%, e esse ano deve fechar com uma queda de 0.7%.
Na avaliação do engenheiro civil, a decisão política do governo do Estado de não aumentar impostos, mesmo diante de um cenário desfavorável, foi vital para mais uma vez colocar Santa Catarina na liderança do país e criar um ambiente de otimismo, apesar das dificuldades. “Muitos negócios já estão aqui e outros vêm por conta disso, tributariamente temos maior flexibilidade e infraestrutura, que permite evoluir. Tivemos R$ 15 milhões de investimento estrangeiro no Estado nos últimos anos”, elencou em visita ao OCP.
A companhia também se prepara para o futuro investindo em uma nova realidade. Através do Programa Mais Energia, a empresa fomenta fontes de energias renováveis. “O Brasil vai muito bem, tem 70% de geração renovável e em 2035 deve chegar a 80%, mas, por outro lado, é tudo hídrico. Quando faltar chuva, pode faltar energia ou muitas usinas térmicas terão que ser construídas em cima da hora, com preço elevado”, salienta. A saída, segundo Siewert, é o investimento constante em inovação. “Discutimos muito sobre geração renovável, tem que ter solar, hidráulica, eólica, biomassa, precisamos ampliar. Precisamos estar preparados para uma nova realidade, o tempo não volta atrás”.
Alguns números destacados pelo presidente da Celesc:
• Em 2011 eram R$ 5 milhões destinados ao ano para eficiência energética, agora são R$ 40 milhões de investimento
• R$ 3,2 milhões investidos com projeto Bônus Eficiente em Jaraguá do Sul
• 80% do capital da Celesc é privado e 20% é público, mas o governo ainda tem 52% de poder na hora das decisões
• R$ 12 bilhões é o faturamento anual da companhia
• São 3.300 funcionários, plano é nos próximos dois anos chegar a 2.800
Câmara aprova R$ 41,6 mil de abono
Na surdina, a Câmara de Vereadores aprovou ontem projeto de resolução que prevê o pagamento de abono natalino de R$ 850 a cada um dos 49 servidores da Casa.
Votaram contra a iniciativa Natália Petry (PMDB), Hideraldo Colle (PMDB), Eugênio Juraszek (PP) e Amarildo Sarti (PSDB). Arlindo Rincos (PSD) se absteve. Jeferson Oliveira (PSD), Ademar Winter (PSDB), João Fiamoncini (PSD), Jocimar Lima (PSDC) e Celso Hille (PSDB) fizeram generosidade com dinheiro alheio. Papai Noel antecipado.
Colombo vice de Alckmin?
Durante a visita que fez à redação do OCP, ontem, o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, também falou de política. Ressaltou a liderança de Raimundo Colombo (PSD) entre os governadores do Brasil, fato explicado pela postura do Estado perante a crise e pelo embate travado com a União pela renegociação das dívidas. O bom momento levanta a possibilidade de uma dobradinha entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Colombo para Presidência, em 2018.
Não foi: mais vistas
Com a Câmara cheia, o projeto que prevê a proibição de vereador se licenciar para ser secretário foi retirado da pauta por pedido de vistas de Jeferson Oliveira (PSD), um dos autores da proposta. Segundo ele, é preciso esperar as entidades se manifestarem. A estratégia continua sendo desgastar os parlamentares que são contra a restrição e ganhar tempo para tentar conseguir o oitavo voto.
Contas aprovadas
As contas de campanha da coligação Jaraguá Mais Forte, de Antídio Lunelli (PMDB) e Udo Wagner (PP), foram aprovadas. A Justiça Eleitoral seguiu parecer favorável do Cartório Eleitoral e do Ministério Público.
Desemprego cresce
Segundo os dados divulgados ontem pelo Caged, o desemprego voltou a crescer em Jaraguá do Sul no mês de outubro. O saldo no período foi negativo, com o fechamento de 186 vagas. No ano, o município perdeu 2.202 postos com carteira assinada. Em doze meses, o saldo negativo é de 4.270 vagas. Em setembro, o saldo havia ficado positivo em 11 postos.
Infraestrutura
Ainda que existam muitas demandas pendentes, Santa Catarina é o único Estado do país onde todos os acessos aos municípios são pavimentados. No vizinho Rio Grande do Sul, em situação de calamidade financeira, 100 cidades vivem realidade oposta.