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Catarinense mexe em vespeiro e você pode pagar por mais deputados – Claudio Prisco Paraíso

Por: Claudio Prisco Paraíso

06/05/2025 - 06:05

Existe algo no universo paralelo dos mandatários, dos eleitos, chamado vontade política. Quando este componente entra nas equações, votações e aprovações de matérias costumam ganhar velocidade e ritmo incomuns dentro da burocracia das casas parlamentares em todos os níveis de poder.
É o caso do projeto que aumenta o número de deputados neste país, criando mais 14 cadeiras na Câmara Federal.
Já nesta segunda-feira, dia da semana no qual é raro haver qualquer ação mais concreto na Casa, os nobres representantes da população deveriam votar um requerimento para dar celeridade à análise da proposta que para ampliar a estrutura da Câmara. Sim, porque cada novo deputado virá com uma estrutura de dezenas de assessores (podendo chegar a 25 nomes) e uma gorda verba de gabinete de quase R$ 135 mil mensais.

Vespeiro

Esse movimento tem o DNA de um deputado catarinense. É Rafael Pezenti, do MDB. Ele mexeu num vespeiro ao propor a redistribuição das cadeiras já existentes 513 entre os estados, beneficiando aquelas unidades federadas que mais cresceram.

Facilidade

Pelas contas de Pezenti, baseadas numa manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), Santa Catarina, por exemplo, ganharia quatro vagas, saindo de 16 para 20 deputados. Outros estados cresceriam em sua representatividade em detrimento de alguns, como Rio de Janeiro e Bahia, que perderiam espaços.

Inferno está cheio

Admitamos que a intenção de Rafael Pezenti foi boa, ele olhou para seu estado natal e também, é claro, é natural, para seu próprio projeto de reeleição.
Com mais vagas a federal, ficará mais fácil para ele renovar o mandato, uma missão nada simples, considerando-se que o emedebista chegou lá em 2022 por apenas 160 votos.

Ingênuo

Agora, é no mínimo ingenuidade imaginar que a turma dos estados que perderiam deputados ficaria a bater palmas, a assistir a tudo sem fazer nada.

Boleto

O saldo está aí. E quem vai pagar a conta pelo movimento iniciado por Pezenti, deputado de primeiro mandato que, literalmente, cutucou a onça com vara curta, seremos eu e você, caro leitor. Todos os meses, ad aeternum.

Contas

Pelo menos sete estados perderiam representatividade na Câmara dos Deputados. A reação foi imediata por parte do novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Assim que assumiu, ele não ficou no muro. Defendeu o projeto, de uma deputada fluminense, Dani Cunha (União Brasil-RJ), aumentando em 14 o número de deputados federais no Brasil.

Bora trabalhar

Apesar de incomum, a proposta de urgência do requerimento do projeto, tinha grandes chances de ser aprovada nesta segunda-feira, 5. Isso permitirá que vá diretamente ao plenário para apreciação. Acordo neste sentido foi firmado na semana passada.

Tic-tac

O tempo joga contra os deputados nesta questão. A decisão do Supremo, na qual o projeto de Rafael Pezenti se embasou, determinou que o Congresso precisa definir as mudanças até o dia 30 de junho.

Sempre eles

Caso não haja acordo ou decisão até lá, quem tomará as redes e definirá como ficará a representatividade por estado na Câmara será o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

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