Todos os dias, queiramos ou não, tenhamos o poder que tivermos, damos um passo à frente… Um passo para o inevitável abraço ao ponto final. Dessa sentença condenatória ninguém escapa, alguns conseguem ver esse ponto final como uma graça, dizem que se a vida fosse eterna os suicídios seriam a causa-mortis da humanidade. Mas e daí, como é que se pode viver melhor? Não há uma fórmula, sabe-se. Sabe-se ou devemos saber, afinal, somos racionais, inteligentes, não é o que dizemos? A grande questão para uma vida melhor é uma cabeça sensível, capaz de captar a grande verdade: estamos de passagem e num ritmo que não para, que jamais vai voltar para o que já foi. Espere, nada vai voltar a ser o que já foi? Ter essa consciência nos abre as janelas para uma vida mais relaxada, menos tensa diante do que não pode ser revertido. Ou o nosso passado nos ensina ou vamos viver num círculo eterno de remorsos e suspiros inúteis. A velha história de que só temos o aqui e agora é a consciência que nos pode amenizar as angústias. Ninguém voltará ao passado para corrigir enganos ou para mitigar remorsos. Aprender com as ações é a melhor sabedoria, mas não é a sabedoria popular, não é mesmo. As pessoas vivem caindo nos mesmos buracos, como muitos no caso da “escolha” dos parceiros para cama, mesa e banho… As escolhas que andam por aí nos levam a pensar que ou as pessoas são viajantes de primeira viagem ou são mesmo burras, repetem erradamente uma queda após outra. Devemos saber que a vida vai ficando mais dura quanto mais nos aproximamos do topo. Só que esse topo pode estar logo ali para um jovem, mas como é que esse jovem vai saber? Estamos sempre chegando ao “topo” ou ao ponto final, vai saber… Viver o hoje, não repetir as estupidezes do ontem e entender que todo poder, a começar pelo poder das posses materiais, não nos evita as angústias e o encontro com o ponto final. Pôr na cabeça que estamos em turismo ou pelo paraíso ou pelo inferno. Nós decidimos. Sucesso? Não se repetir nos erros afetivos, ter um trabalho prazeroso e relaxar. O mais é correr atrás do vento.
CENAS
Vi as duas cenas. Numa delas, um motociclista, aqui entre nós, para a moto, deixa-a na ciclovia e vai para o meio dos carros para salvar uma capivara que andava estonteada, pobrezinha. O motociclista a salvou. É um anjo. Na outra cena, um maldito amarrou um cachorro nos trilhos do trem. O bichinho foi salvo por milagre por um passante. Os que salvaram os bichos são anjos, o que pôs o cachorrinho nos trilhos é maldito, vai arder penosamente no inferno, em vida. Ah, vai, rogo-lhe!
SUPERAÇÕES
Todos os dias uma história ou outra. Maioria absoluta de mulheres. Mulheres que se viram numa encrenca existencial, econômica, mas que não se entregaram, saíram para a luta. Fizeram uso de uma grande verdade: nós sabemos quem nós somos, mas não o que poderemos ser. Sacudiram a poeira e venceram. É nunca se entregar e pensar: há uma saída. Vale para todas as pessoas agora encrencadas.
FALTA DIZER
Seja a encrenca que for, há uma saída para essa encrenca, e achar a porta dessa saída sempre vai depender de nós. Muitas vezes, duvidamos de nossas capacidades ou temos medo. Ajudas podem ajudar, mas a melhor de todas as ajudas vem de nós mesmos. Crer e não olhar para trás. Vamos nessa?