Caim ou Abel – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

17/02/2024 - 07:02

Se alguém quiser ser uma pessoa “simpática”, sempre bem recebida pelos “amigos” e até pelos desconhecidos, o caminho é muito fácil, nada a produzir calos. Qual o segredo? Ser um nada. Ou então ser medíocre, ficar no meio, nem para cima nem para baixo, ficar na grande fila do rebanho humano. Já digo da razão desta prosa. Antes, preciso ainda dizer que o sucesso, o ser alguém positivo na vida provoca os “haters”, linguagem de hoje. No evangelho da vida, “haters” sempre foram os invejosos, os frustrados, os que perdem o sono com um mínimo de sucesso alheio. Cá entre nós, vamos falar baixo, tem muita gente ouvindo, aquele tipo de gente… A razão desta arenga é a Campanha da Fraternidade 2024. A proposta da Campanha é uma lembrança das pregações do Cristo: “Fraternidade e Amizade Social”. Viver ou conviver com os que nos estão por perto como irmãos é o passo mais largo para a paz e para uma vida sem trepidações. O diacho é como fazer isso sem disputas, comparações ou invejas. A história ilustrativa de Caim e Abel é bem a moldura da vida aqui entre nós e ao longo do tempo. Quem de fato é irmão do seu irmão, irmã de sua irmã? Poucos, poucas, raros, raríssimas. As comparações, a baixa autoestima pessoal e o insaciável desejo do quero mais e quero mais leva as pessoas ao desamor, às desatenções e até mesmo desejar a morte de um parente. Nada de raro, nada. Não costumamos ver o outro como um irmão ou como apenas outra pessoa, costumamos ver como um possível inimigo ou dissimulada oportunista. E a partir dessa criação mental, passamos a ver o outro como pensamos o outro, e daí vem aquela verdade enfatizada pela Psicologia, aquela que nos lembra que a predisposição altera a percepção. Vejo inimigos por criação da minha cabeça; o que penso vejo. O magnífico é que em muitos momentos descobrimos que o imaginado inimigo era na verdade um até então desconhecido grande amigo. É a isso que visa a Campanha da Fraternidade, pelo menos é como penso. Agora, que fique claro, sem que eu me livre dos preconceitos e das ardilosas falsas defesas do meu ego, o que mais vou ver é um Caim ao meu lado e nunca um Abel…

ZERO

Os papais têm “imperiosamente” que agir como os árbitros de futebol. Antes do jogo, os árbitros deixam muito claro para os dois capitães: – “Vocês, jogadores, joguem o jogo, o resto é comigo”. E ponto final, o resto é com o árbitro. Que os “papitos” frouxos, estupenda maioria, façam o mesmo com os filhinhos. Ano letivo pela frente, todos os alunos saem do “zero”, o que vier depois é resultado ou do esforço ou da vadiagem, certo? Sem muxoxos.

VACINA

Manchete de um jornal paulista: – “UFMG quer testar no ano que vem vacina anticocaína em humanos”. Isso mesmo, vacina para ajudar os viciados em cocaína. Será que o trabalho e a vergonha na cara não é a melhor vacina? Há modos bem eficientes para fazer o sujeito rever a vida e os vícios, vacinas nesses casos não funcionam. “Outras coisas” funcionam. E eles sabem disso, ô!

FALTA DIZER

A razão do consumo de drogas, segundo especialistas, é muito prosaica. Os viciados buscam excitação, euforia e autoconfiança. É isso que buscam? E por que não buscam essas vivências na qualificação profissional, no respeito à família, nas leituras, num crescimento ético, enfim? De coitados esses caras não têm nada…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.