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Cabeças pequenas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

31/01/2025 - 08:01

Nada mais fácil que deitar e dormir, afinal, deitar e dormir fazem parte da rotina da vida. Dormir é como recarregar a bateria do carro, sem bateria o carro fica na garage. Espere, eu disse nada mais fácil que deitar e dormir? Errei feio! Poucos hoje deitam e dormem. Será que estão com alguma doença física grave? Não, não estão, estão, isso sim, é com a cabeça cheia de tolices, valores baratos que passaram a ser o alicerce da vida dos insones. Uma das razões das nossas inquietações são as comparações. Vivemos olhando para os lados e vendo gente melhor que nós, ou equivocadamente melhor. Daí resultam as inquietações, geradas pelas comparações. Esse é um pequeno exemplo, todavia, suficiente para tirar o sono. O que me traz a esta conversa, leitora, leitor, você vai duvidar, difícil de acreditar, mas tão verdade quanto o sol lá em cima. Ouça: – “O sonho de dirigir um carro superesportivo não é restrito aos milionários: uma viagem de 40 minutos num desses carros pode custar R$ 990,00, a ser pago em até 10 vezes”. Encurtando a conversa, o sujeito vai a Balneário Camboriú, por exemplo, aluga um desses carros, carros a valer bem mais que um milhão de reais, aluga um eles e sai a passear. Claro, tirando fotos e postando nas redes sociais. Quem vir essas fotos vai ficar roendo as unhas de inveja. Tudo encenação. Mas é o que vivo dizendo, as pessoas vendem a alma ao capeta para parecer ser. Ser exige esforços e sacrifícios, é para poucos, mas “parecer” pode ser para muitos, basta uns pilas na carteira, serragem na cabeça e vamos lá… Ao alugar os carros, vão junto fotógrafos profissionais e drones, nada vai ficar sem registros. Vai dar tudo certo para a enganação alheia ou, pior, para a autoenganação. Aliás, dizendo isso lembro-me de um colega, jornalista de tevê, ganhava (ganhava?) merreca, mas… Tinha o carro mais caro no estacionamento da empresa. Anos e anos fez isso. Será que continua fazendo? Penso que sim, esse tipo de pequenez não sai mais da cabeça das pessoas. E tem preço alto, afinal, quem não sabe que podemos enganar os outros, mas que antes de tudo estamos enganando a nós mesmos?

INVASÕES

Isso mesmo, invasões. Mesmo que sejamos bem amigos de alguém, certas perguntas não devemos fazer, podem constranger. Exemplo? – Fulana, tu não achas que estás gorda? – Fulano, vais ficar solteiro para o resto da vida? – E qual é mesmo o teu salário…? Há quem não ache nenhum mal em fazer tais tipos de perguntas ou parecidas, mas… Melhor é não fazê-las. Se a pessoa tiver que falar dessas questões ela vai falar. Indiscrição é invasão. Bico fechado faz bem.

VISÃO

Temos uma tendência costumeiramente burra dentro de nós. Por exemplo, achar que todas as nossas soluções estão longe de nós, em outra cidade, em outro emprego, em outro casamento e até em outro país. Costuma ser uma baita besteira esse tipo de fantasia. Todas as nossas soluções estão aqui, bem pertinho, na palma da mão. O resto é fuga, senão covardia.

FALTA DIZER

Estava sem sono… Girei, girei e fui à minha caixa de frases, vai que ache um remédio. Pus a mão e grudada nela saiu esta frase budista: – “Cada vez que alguém o abraça, você ganha mais um dia de vida”. – De fato, um abraço genuíno tem calor e vida, pena que são tão poucos, senão raros mesmo, raríssimos. – Ah, mas não esquecer, abraço de urso não vale…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.