Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
O Brasil começa 2025 assim como encerrou 2024, atravessando um momento de incertezas econômicas e políticas que exigem análise crítica e profunda reflexão. Os erros na condução da economia e a falta de gestão pública eficiente não são apenas problemas imediatos, mas também ameaçam o futuro do país. A previsão de desaceleração econômica a partir de 2025, acompanhada de juros altos e desconfiança em relação às contas públicas, coloca o Brasil em uma rota perigosa. E a conta quem paga, sempre somos nós.
Analistas já apontam que a economia brasileira deve crescer em ritmo fraco em 2026, ano de eleição presidencial. O governo, diante desse cenário, enfrenta o dilema de como reagir: aceitar a desaceleração ou adotar medidas fiscais para estimular artificialmente a economia, mesmo com o risco de agravar os desequilíbrios fiscais. É essencial lembrar que não há margem de manobra para aumentar gastos sem causar mais danos aos ativos brasileiros e ao mercado financeiro.
Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula optou por uma estratégia incomum. Em vez de iniciar o governo com um ajuste fiscal para pavimentar o caminho para o crescimento sustentável, adotou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, abrindo uma margem bilionária para gastos, muitos deles desnecessários e ineficientes. Essa escolha resultou em crescimento acima do potencial em 2023 e 2024, mas também trouxe pressão inflacionária e aumento na desconfiança em relação à sustentação do arcabouço fiscal.
A taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano, tem projeção de alta para 15%, um nível alarmante que compromete o crédito e o consumo, pilares do crescimento econômico. Além disso, é uma realidade que vai bater com ainda mais força nas pessoas de poder aquisitivo menor. Essa política, combinada com a pressão inflacionária, causa impactos severos sobre o mercado de trabalho, a renda das famílias e a inadimplência.
Os erros na condução da economia são agravados pela falta de uma gestão pública eficiente. O aumento de despesas obrigatórias sem planejamento adequado tem comprimido o espaço para investimentos essenciais, como infraestrutura e educação. A sobrevivência do arcabouço fiscal depende de ajustes profundos e medidas estruturais que recuperem a confiança dos mercados e promovam crescimento sustentável. Políticas de longo prazo, em vez de soluções paliativas, são essenciais para evitar o agravamento da crise.
O Brasil precisa de lideranças comprometidas com a gestão eficiente e responsável, que coloquem o interesse coletivo acima de interesses eleitorais. O futuro do país está em jogo, e cabe a nós, como sociedade, cobrar as mudanças necessárias para garantir um caminho de prosperidade. Temos que estar vigilantes e pressionando.
.