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Atores e atrizes da vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

01/11/2024 - 07:11 - Atualizada em: 31/10/2024 - 09:33

Quem não for bom ator ou atriz na vida, ferra-se. Não estou falando dos profissionais de teatro, falo de nós todos aqui do lado de fora do palco. Os atores sobem ao palco, nós também. Só que o nosso palco é outro. Já explico. Esta conversa resulta da informação que acabo de ler, diz assim: – “Bares e restaurantes criaram mais de 12 mil vagas nos últimos dois meses”. – “Ah, Prates, não tenho nada a ver com isso, não sou garçonete (ou garçom)”! Nem eu, ocorre que todos os profissionais, sejam da área que for, precisam ser “atores/atrizes”. O que significa isso? Significa que do mesmo modo que os atores interpretam um papel sobre o palco, um papel que não é a vida deles lá fora, nós também precisamos interpretar um papel. No caso do pessoal que trabalha em bares e restaurantes, eles precisam ser atores no atendimento. Se estiverem remoendo alguma mágoa, uma doença de alguém querido, uma perda qualquer, seja qual for o problema, o pessoal que atende pessoas tem que sorrir o tempo todo, ser gentil, compreensivo, incansável, mesmo, sempre visando ao melhor atendimento. Isso é ser ator, atriz. Estamos aborrecidos por um problema nosso, mas… Precisamos nos dar conta de que é preciso ser ator, atriz, nesses momentos em que estamos vivendo algum sofrimento, problema. Isso é ser ator, atriz. Vale para todos nós, em todos os momentos. – “Ah, eu estou vivendo um problema sério em casa e vou ficar sorrindo para desconhecidos”? É exatamente aqui que entra a “máscara” social dos bons atores na vida. Um garçom gentil, que não perde a paciência, vai ser lembrado, vai ganhar gorjetas maiores e dificilmente demitido, tudo porque é bom “ator”. Estou p.. da vida, vou para o trabalho e já saio buzinando no trajeto, chego sem cumprimentar a recepcionista, chuto a cadeira da minha mesa e quem me olhar atravessado já junto dois dedos em forma de ó… Sou um idiota, um péssimo ator e vou acabar fazendo “teatro” no olho da rua, aliás, o olho da rua é o palco de muitos desatentos na vida. Todos podemos ser bons atores/atrizes, sem que isso signifique ignorar coisas importantes, seremos bons atores sendo educados mesmo que ardendo por dentro. Bons “atores” têm sensibilidade e o aplauso das admirações lhes está garantido.

VAZIAS

Uma pessoa pode usar o celular por várias horas por dia, desde, é claro, que seja para fechar negócios ou estudar. Fora disso é estultícia pura, desnorteio de vida. O celular é “ocupação”, mais do tempo, para as pessoas de cabeças vazias. E esse tipo de distração vai danar a saúde mental por todo tipo de comparações, inevitáveis, frustrações e subconsciência do nada na vida da pessoa. Os bem ocupados sabem disso…

MULHERES

Ouvi muito durante estas últimas eleições pessoas dizendo que muita gente votou de cabresto. Votar de cabresto significa votar com a corda da pressão amarrada no pescoço, geralmente cabresto do marido, de homens sobre mulheres. Não conheço voto de cabresto em sentido contrário, e dizer que elas são maioria eleitoral, podiam pintar e bordar pelos seus direitos e liberdade. Voto de cabresto é coisa de gente que não respira… Muitíssimos.

FALTA DIZER

O escritor brasileiro Antônio Cícero, semana passada, levou ao extremo ter um propósito na vida. Ele vivia de leituras, textos, poesias e, essencialmente, claro, de sua memória. Foi atacado pelo Alzheimer, que destrói a memória, viu-se sem vida e preferiu a eutanásia. Ninguém o criticou, acabara-lhe o sentido da vida.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.