As contas da vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

29/06/2023 - 06:06

Às vezes fico pensando, e se a vida fosse uma equação matemática, corretamente feitas as contas tudo daria sempre certo, será que seríamos felizes? E se fôssemos magicamente felizes, será que seríamos felizes nessa bem-aventurança? Digo isso, leitora, porque volta e meia sou procurado por alguém ou encontro alguém que desabafa comigo, uma postura que me deixa feliz, as pessoas me dão seu voto de confiança. Ontem, um cidadão de 81 anos me encontrou, me cumprimentou, respondi, paramos e ficamos conversando por bons minutos. Esse cidadão me contou que faz poucos meses que ficou viúvo, mais de 50 anos casado. Arrasado, me disse ele. Não tem achado mais nada com graça na vida. Contou-me que ganhou por muito tempo um salário apertado, mas que mesmo assim vivia bem ao lado da sua amada. Sempre pensava em ganhar mais, queria dar mais conforto a ela, viverem, enfim, de um modo mais folgado. Por muito tempo pensou e desejou isso. O tempo foi passando e a esposa faleceu. Ficou e está arrasado. E ao meio desse pranto verbal me contou que há pouco ganhou um bom dinheiro, bom mesmo, de um negócio paralelo que ele de há muito tem com um velho amigo. Ele ganhou o dinheiro, contou-me, e não parou mais de chorar. Pensou naquele dinheiro para viver melhor, dar mais e mais conforto e lazeres para a falecida companheira. Esse foi o desabafo. Ele ficou mais triste ainda com a chegada desse “mais” dinheiro em sua vida, ele lembra o tempo todo da esposa. No resumo, leitora, essa a história. Ouvi o desabafo e saí pensando: tipicamente humano esse sofrimento do meu novo amigo. Mesmo fazendo o nosso melhor, lá pelas tantas vamos gemer alguma dor. É a vida, vida que nada tem de ciência exata. E mais uma vez saí me lembrando da importância de termos na consciência o nosso aqui e agora. Não temos mais nada senão a vida do aqui e agora. Se ela estiver azeda, a saída é transformá-la em suco doce, de um modo ou de outro. Saudades vamos ter sempre, meu novo amigo não tem remorsos nem sentimentos de culpa, ele geme por ter recebido mais dinheiro apenas depois da partida dela… É o jogo “inexato” da vida, as contas que não fecham.

FRASES

Ouça estas boçalidades publicadas por pessoas que não deviam ter nascido – “Vacinas bivalentes causam mais sequelas do que a própria doença”. – “Vacinação causa autismo em crianças”. – “Servidor da saúde de SP enfartou após tomar vacina”. – “Imunizantes deveriam deixar de ser aplicados por problemas de reações adversas”. E assim, os boçais se revelam. E o que dizer de um negacionista que tomou as vacina bem escondidinho? Os profissionais da saúde sabem bem desses tipos rasteiros que dizem isso…

DECLARAÇÃO

Declaração de um médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas… – “Com vacinas, conseguimos controlar várias doenças, como difteria, poliomielite, sarampo, rubéola. São doenças extremamente graves em qualquer idade. Foi assim que conseguimos aumentar a sobrevida da população do mundo”. E eu digo, se alguém se encrencar sem vacina que não erga a voz senão contra si mesmo. Dane-se no silêncio, sozinho! Não se deve ser educado com quem não o é…

FALTA DIZER

Fico com pena é das crianças, pobrezinhas. Não sabem das coisas nem se podem defender. Ficam sem vacinas por desculpas boçais de seus “queridinhos” papais e mamães. Isso não pode continuar assim, esses tipos têm que ser identificados e severamente “punidos”. Ah, tem!…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.