Apegos de amor – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

02/11/2023 - 06:11 - Atualizada em: 31/10/2023 - 16:34

A amiga me ligou, estava arrasada. Antes de ir adiante, preciso lembrar que sábios milenares descobriram que uma das nossas maiores fontes de sofrimento na vida é o apego. E por que nos apegamos, seja ao que for? Porque o apego produz segurança, produz alívio de certas ansiedades e produz, por um tempo incerto, felicidade. Sabemos que nada dura o tempo todo. Talvez essa seja a raiz mais profunda dos apegos, afinal, ninguém se apega ao que não lhe dá prazer, ainda que alguns apegos sejam absolutamente venenosos, levianos. Paciência. Costumamos dar valor ao que nos faz bem. E os apegos se dividem entre apegos ao que tem vida e apegos ao que não têm vida, como o dinheiro, uma casa, um bem material qualquer. Como disse, a amiga me ligou, estava abaladíssima. Razão? Sem aviso prévio, de um momento para outro o cachorro dela morreu. Morreu do quê? Até agora ninguém sabe, ele estava bem, tinha tomado banho de praia um dia antes, estava na dele, faceiro. Em algumas horas ficou sem o brilho nos olhos e se foi… Minha amiga arrasada. Ela era muito apegada ao bichinho. E como não? Quase todas as noites ela mandava uma foto “dele” sobre o colchãozinho num canto da sala, o travesseirinho colorido, feliz. Morreu. O apego da minha amiga ao companheiro era “daqueles”, daqueles que todos os que gostam de bichos bem sabem. Apego? A danação condenada pela vida, o apego, abate minha amiga. Mas como não abater? Os bichos se apegam a nós, nos apegamos a eles e isso é vida. Mas em tudo na vida há um ponto final. Estar consciente disso e disposto a aceitar o desapego é absolutamente impossível, pelo menos para quem tem alma e coração diante de um bichinho que tinha apego a nós. E no meio do arraso em que minha amiga se encontrava, outra amiga, para consolá-la, disse: – “Ah, fulana, arruma outro cachorrinho”! Ela pode até arrumar, mas não é hora de alguém dizer isso, não se faz esse tipo de consolo quando perdemos alguém muito chegado aos nossos apegos de coração. O conselho para não nos apegarmos a nada é válido, mas… Nosso coração é surdo para os nossos apegos de amor.

VIDA

A repetição é a mãe do aprendizado, então, peço licença e vou me repetir. O Papa disse, dia destes, que o mundo está desmoronando. Ele falava dos crimes ambientais que estão destruindo o planeta. Eu falo do desmoronamento moral, esse é mais rápido e está dizimando o mundo, e muitos entupidos não veem isso. Os bons têm que reagir. Diante de qualquer boçal a fazer qualquer coisa fora dos trilhos da decência, seja quem for, ferro. Ferro “daqueles”. Ordinários!

INSTINTOS

Dentro de nós existem dois instintos, o de vida, Eros, e o de morte, Thanatos. Vejo mulheres jovens, bonitas, com trastes humanos ao seu lado, caras que não deviam ter nascido… E elas apaixonadas? Aparentemente sim, mas regidas pelo instinto de morte, de danação. E não raro, elas vão para as manchetes, assassinadas. Não viram que os caras não prestavam? Viram, mas inconscientemente queriam ferrar-se, de um modo ou de outro. E as famílias? Quem…?

FALTA DIZER

Tão difícil quanto achar uma agulha num palheiro? Sim, é achar uma figura que valha a pena com ela casar. As escolhas não podem ser por aparências, postagens eletrônicas, mentiras de todo tipo, têm que ser por caráter, mas aí… É preciso reencarnar várias vezes… É só olhar ao redor.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.