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Aparências valem pouco – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

06/07/2024 - 06:07

 

Tenho uma razão para dar as voltas que vou dar até puxar a cortina da nossa conversa de hoje. Vamos lá. No tempo em que os americanos estavam na ponta superior do mapa mundial eles fizeram pesquisas de todos os tipos. Sabe-se que por meio de pesquisas descobrimos verdades indispensáveis ao bem viver. Muitas pesquisas, por exemplo, foram feitas sobre o destino de jovens que foram os melhores alunos durante o tempo de aulas, quando crianças e adolescentes. A descoberta surpreendeu a muitos. Os melhores alunos, em notas obtidas durante os anos de escola, não foram mais tarde identificados como grandes figuras em seus trabalhos. Eram pessoas comuns, não havia nenhuma genialidade. Bolas, quem não sabe que memorizar lições não transforma ninguém em gênio? Outra pesquisa também chamava a atenção, pesquisa a envolver mulheres que ganharam títulos de miss. Mulheres lindas, mulheres do tempo em que beleza era beleza, não as belezas fajutas de hoje… Resultado das pesquisas? Mulheres outrora lindas, rainhas de beleza, estavam ao tempo das pesquisas frustradas, malcasadas, vidinhas comuns… Digo isso para voltar a um assunto cansativo, que vai e volta. Peguei um jornal de São Paulo e lá estava uma manchete que se repete tanto quanto as idas e vindas do sol: – “Beleza importa”? A pergunta se vinculava ao mercado de trabalho. A questão era saber se uma pessoa bonita tem mais chances ou privilégios dentro do mercado de trabalho. Há quem bata o pé e garanta, pigarreando, que boa aparência pode levar a maiores rendimentos no mercado de trabalho. Discordo e também bato o pé. Beleza por beleza não produz lucros, pode

produzir assédios… E beleza física sem qualificação para o trabalho vai levar a empresa à falência. Mas se for considerada a beleza do caráter, do engajamento, do continuado aperfeiçoamento, ah, aí a conversa é outra. Já no casamento, ele escolhe uma bonitona, ela escolhe um bonitão, será que esse casamento vai dar “lucro”? Lucro afetivo, felicidade, harmonia? Aposto todas as unhas que não. Agora, se à beleza de fora for aliada a uma beleza de valores morais, de boa educação e correlatos, ah, sem dúvida, baita casamento. E tem outra, o que se nos afigura hoje como pessoa bonita, ele ou ela, depois de algum tempinho passa a ser pessoa comum. A convivência mata o mito…

 

APARÊNCIAS

As aparências físicas passam com o tempo. Vejo jovens fazendo “harmonizações” faciais idiotas, sem razão, buscando boa aparência. Coitados. E a saúde mental? Essa saúde deve ser cuidada desde cedo, de que vai adiantar envelhecer razoavelmente bem por fora e lascado por dentro, com memória “demente” pela falta de nutrição? Investir na memória, na saúde mental, é o grande passo para uma vida “mais tarde” saudável e bonita. Sonsos!

 

MULHERES

Ouvi mulheres, tenistas, num programa de tevê. Elas contando dos horrores que ouvem quando entram em quadra. De tudo um pouco, a começar por – vai lavar roupa, vai cuidar dos filhos, vai arrumar a casa… Coisas desse tipo. Uma das tenistas mostrou

uma raquete símbolo delas: uma raquete pesando 20 quilos. E ela disse isso, “nossa raquete pesa muito mais que a dos homens”. Razão disso tudo? Porque são mulheres e vencedoras na vida…

 

FALTA DIZER

Discordo frontalmente da Prêmio Nobel de Economia, Esther Duflo, francesa, que disse: – “É ingenuidade dizer que todos somos empreendedores”. Esther, anjo, tu estás enganada, todos somos sim empreendedores, empreendedores de nós mesmos, temos talentos, vontades e liberdade. Fazemos muito sem nos darmos conta. Há vários tipos de empreendedorismo, querida! Tchau.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.