O assunto de que vou tratar é outro, mas preciso, indispensavelmente, entrar por uma porta lateral, a porta do barco em que todos nós estamos. O barco da aparência. É que não nasceu até hoje quem não se preocupe com sua aparência, tanto para conquistar pessoas quanto para ofendê-las. Vamos imaginar que estamos na platéia de um desfile de homens e mulheres. Começa o desfile, um homem bonitão é seguido por um homem feio, desajeitado; uma mulher linda, seguida por outra bem feia… E assim andaria o desfile, feios e bonitões, feias e bonitonas. Quem seriam os mais votados, quem seriam os escolhidos, quem seriam as mais desejadas? Ora, as mais bonitas, os mais bonitos teriam uma fila de seguidores ou “interessados”… Assim é a vida, é assim que vivemos. Não damos, pelo menos por maioria, a menor bola para o caráter da pessoa, o que nos importa é a aparência, o que os outro vão pensar de nós ou de nossas posses. Nossas posses? Aqui está o assunto de hoje. Conversei ontem por um bom tempo com um vendedor de automóveis. Perguntei a ele como estavam as vendas e que tipo de carro vende mais. A pergunta foi respondida sem piscar: vendemos mais os carros que têm aparência mais luxuosa, carros que parecem valer mais do que valem, carros que têm a aparência de carros de ricos. Em resumo, o pessoal compra o carro que puder, mas vai fazer uma força danada para comprar um carro que “pareça” mais caro. O vendedor, meu amigo, me disse que a quilometragem por litros, a resistência do motor, as garantias ou o que for pesam pouco, a aparência do carro é o que mais pesa. Na verdade, um carro para alguém da classe média tem que ser um carro resistente, econômico e suficiente para levar e trazer do trabalho, passeios com a família e por aí… É pouco. O pessoal, por estulta maioria, quer “parecer” mais robusta, mais rica, com maior poder econômico por meio do automóvel que dirige. E a riqueza da cabeça? Dessa riqueza se fica sabendo pelos acidentes de trânsito, pelo endividamento da classe média e pelo “fechamento” de livrarias. Enganar pelas aparências é moda, porém… Quando a pessoa age ou fala, revela-se… E quantos casamentos são aparência?
VIDAS
Sinônimo de juventude e alegrias é vida. Porém, nunca houve tantos suicídios de jovens como hoje, uma pandemia mundial. Estranho? Nem tanto. Vivemos cercados por uma floresta de pessoas, seguidores, fãs, amigos, familiares, porém… Poucos corações próximos. E a vida está exigindo um “sucesso” fora dos trilhos do verdadeiro sucesso, e os jovens “solitários” e desesperados por esse falso sucesso, “desistem”… Faltam famílias e severas disciplinas na primeira infância…
FELICIDADE
Procurar por felicidade é como correr atrás do vento, não se deve correr pelo que depende de nós e está dentro de nós em estado potencial ou mesmo manifesto. Fora disso, o caminho mais curto para a infelicidade é vivermos lamentando, lembrando de questões que fazem parte do nosso passado ou de inquietações que estão no futuro, que bem podem não acontecer. Desapegos, esquecer o passado e vivermos no “agora” é a única saída. Nossas “saídas” estão nas decisões do agora, sem olhar para trás nem temer o futuro.
FALTA DIZER
De onde vem a nossa paz? Se não vier de dentro de nós, tiremos o time de campo. Nada nos pode incomodar se não abrimos a porta para esse incômodo. Dentro de nós está o STF da nossa liberdade e paz.