Anjos falam – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

26/12/2023 - 11:12

Vou contar de uma conversa, mas antes preciso dar umas voltas. Falei ontem bons minutos com um “anjo da guarda”. Eles existem e são os parceiros que salvam muitas vidas. Aliás, os nossos anjos da guarda deviam estar em nossas casas, pai, mãe, irmãos, avós, todos os que têm nas veias o nosso sangue e também os que conosco se afirmam nas amizades. Será? Quantos andam fora da casinha por não ter “anjos da guarda” em casa? Jovens, mais das vezes, que têm pai, mãe, avós, irmãos, mas… Não têm ninguém na hora em que o bicho vem para pegar. Ah, o tal anjo da guarda com quem falei é um sujeito que faz um tipo de trabalho que me merece a melhor das atenções, admirações e respeito: segurança das pessoas. Pessoas que trabalham pela nossa segurança são mesmo anjos da guarda. Sempre que vou ao meu shopping favorito em Florianópolis cumprimento efusivamente os “discretos” seguranças que se espalham por pontos estratégicos e “perigosos” do shopping. Gosto dessas pessoas, fazem um trabalho indispensável à nossa vida. Ontem, conversei um pouco mais com um desses seguranças. Perguntei qual o problema mais inquietante para eles. Sem piscar, o segurança me disse que eram as tentativas de suicídio, do 5º andar, uma loucura. Eles, os seguranças, observam as pessoas, “sentem” nelas um caminhar diferente, um olhar especial, um jeito, enfim, a passar sinais. Sinais que só os antenados notam. Ouvi do “segurança” que tão pronto eles perguntam a uma pessoa suspeita se está tudo bem, se precisa de alguma orientação, ajuda, tudo aparentemente na gentileza, a pessoa “suspeita” começa a chorar. Muito comum. Fico pensando, poxa, essas pessoas saíram de casa pensando no pior, será que elas não têm pai, mãe, irmãos, marido, amigos, enfim, e ninguém suspeita de nada? Mesmo que a pessoa não fale de suas inquietações e infelicidades os “anjos da guarda” dessa pessoa devem notá-la, conhecê-la… Infelizmente não é o que está acontecendo nas famílias, regra geral, comportadas as microscópicas exceções. A que ponto chegamos, os shoppings têm “seguranças” sem uniforme, vestidos como um cliente qualquer, mas com um olho no padre e outro na missa, tantas são as tentativas de suicídio. Sair de casa para se matar é o fim da picada… Da picada familiar.

FUTURO

Uma nação só cresce, prospera em qualidade humana, quando as crianças são educadas em casa e qualificadamente instruídas na escola. Fora disso é jogar conversa fora. E por que os “poderosos” representantes do povo não investem em escolas? Porque a instrução escolar exige tempo, um tempo que eles não querem esperar nem podem, pela idade deles. Melhor então é silenciar, fingir que há investimentos em educação. Não há. Investimentos consistentes e longos, aonde? Na Finlândia.

DISTÂNCIA

Direito meu de pensar… Estudar a distância é distanciar-se do aprendizado, da socialização, do crescimento humano. Ouça esta manchete brasileira: – “EAD domina entre universidades particulares com menor contato de professor e aluno”. O aprendizado acadêmico exige presença, troca de ideias, professores por perto, horários e disciplina, sem falar no networking dos amigos para o resto da vida. Os acomodados, todavia, querem mamata. Vão tontear no desemprego.

FALTA DIZER

Ele está chegando, de mansinho, se arrastando, mas… Fazendo um barulho infernal em nossas cabeças: o Ano-Novo. Ano que vai ser um ano velho, repetido, para a maioria absoluta dos que andam por aí. Gente sem ação, que não luta por suas causas e que não vê sucesso diante do suor eventual. Psss, é assim? Então, quietos num canto. Frouxos.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.