Amores tardios – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

22/03/2023 - 05:03

Ouvi a história dele e dei-lhe parcial razão. A leitora e o leitor podem discordar. Foi o seguinte. Um sujeito, que disse me acompanhar de há muito, me foi apresentado num cafezinho entre amigos num shopping de Florianópolis.

Lá pelas tantas, o sujeito me pegou pela manga e me puxou para um canto. Queria me ouvir. Contou-me que foi casado por 40 anos, ele e a mulher eram muito afinados, dançavam no mesmo ritmo… Ela “subiu”, deixou-lhe viúvo. Faz seis anos.

E o tal sujeito me contou que às vezes pensa em encontrar outra companheira, não seria igual à primeira, mas… Ele se sente muito só. Disse isso e me contou dos seus medos.

Lembrou que quando ele e a falecida mulher se conheceram eram jovens, os dois não tinham “histórias” em suas vidas. Os dois “cresceram” juntos no amor, não havia passado a ser escondido ou dissimulado… O medo desse cidadão agora é o de encontrar uma pessoa interessante, mas…

Com um passado que ele nunca iria conhecer, afinal, nenhum de nós se desnuda emocionalmente quando em um novo relacionamento. Ele me disse que tinha medo de encontrar uma nova companheira e ter ciúmes do passado dela, um passado que ele nunca saberia como foi.

O cidadão tinha medo de que em certos momentos a nova companheira se lembrasse com saudade de ex-namorados, uma saudade comparativa, silenciosa e desagradável para ele. Ele tinha, enfim, medo do passado da possível nova companheira.

Ah, e tinha também medo da família dela, das comparações que iam fazer ou do ex-marido dessa companheira ou dos ex-namorados. Lembrou ainda que quando começou a namorar a esposa falecida os dois não tinham passado, não havia o que comparar ou temer.

Aliás, esse tipo de postura é inerente aos jovens que nunca foram casados, eles não têm comparativos para suspirar arrependimentos. Em resumo, essa a história do cidadão.

A única coisa que pude dizer a ele, concordando em muito com ele, é que o medo, nos casos de amor, costuma ser o pior dos venenos. Tudo o que ele pensou pode mesmo vir a ser verdade, mas… Bem que pode também não ser. Acreditar no amor é o melhor negócio para a alma. Medos nos tiram as “alianças.

FRASES

Sou vidrado em frases baratas, frases quase bagaceiras. Tenho caixas cheias delas, como esta, por exemplo: – “Não perca tempo com a porta que está fechada para você, empurre a porta que está encostada à sua espera”.

O diacho é que nos entortamos diante das portas fechadas em nossa vida, quando porta fechada significa que não é para o nosso bico, e não o é para o nosso bem… Vale muito para o que chamamos de amor…

NUDISMO

Gostaria saber quem foi o calhorda, o sacripanta, que criou, que oficializou às praias de nudismo em Santa Catarina. Gentalha que se revela ao achar que andar pelado é uma boa. Despudorados de uma figa.

Dia destes, um segurança de um desses “prostíbulos” foi agredido porque advertiu um cara que estava ‘mijando’ na guarita do salva-vidas. Pegar esse cara e levá-lo para a salinha dos fundos da “minha” delegacia. Ele ia tirar a roupa logo ao chegar…

FALTA DIZER

Lá como cá. Li há pouco esta manchete: – “A cada dois dias, um animal sofre maus-tratos no Rio de Janeiro”. A cada dois dias ou a cada dois minutos? Maltratar um bicho indefeso é coisa de caráter demoníaco. Pegar esses tipos e “ralar” com eles. Sem só. Canalhas infelizes.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.