Nossa cidade, reconhecida por sua ordem, trabalho e espírito comunitário, não pode ser palco de cenas degradantes como a briga campal que tomou conta do Centro na madrugada do último fim de semana. Jovens beberrões e arruaceiros transformaram o coração da cidade em um campo de guerra urbana, manchando a imagem de uma comunidade que sempre se orgulhou de seus valores de respeito e civilidade. Esse tipo de comportamento simplesmente não se coaduna com o perfil jaraguaense.
Há, porém, uma responsabilidade que não pode ser ignorada: a dos pais. A permissividade com que muitos tratam a vida noturna de seus filhos, muitos deles adolescentes, é alarmante. Permitir que menores frequentem locais onde o álcool e as drogas circulam livremente é um ato de omissão. Quando a desordem e a violência ganham as ruas, é reflexo direto da ausência de orientação, diálogo e limites dentro de casa. A família é a primeira escola de cidadania, e quando falha, o resultado se vê em comportamentos descontrolados, irresponsáveis e violentos.
O poder público e as forças de segurança devem seguir agindo com toda firmeza necessária. O consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes em vias públicas deve ser radicalmente proibido e punido. As leis existem, e devem ser aplicadas com rigor diante desse tipo de ocorrência. A propósito, a lei do silêncio, precisa voltar a ser respeitada. Não se trata de tolher a diversão, mas de garantir o direito de descanso e segurança da população.
Por fim, é impossível ignorar o pano de fundo mais amplo dessa realidade: a regressão da educação e dos valores. O que estamos vendo é uma geração cada vez mais desconectada de princípios básicos de convivência, empatia, cidadania e responsabilidade. Antes de mais policiamento, o que está faltando é formação humana. Jaraguá do Sul não pode normalizar casos dessa natureza. É hora de endurecer a autoridade moral, familiar e institucional que sempre foram a base da nossa Jaraguá. A indiferença diante desses atos seria a pior das violências.