Em pleno período de ressaca do mar, um amigo me lembrou da “razão” da invasão da água oceânica: limpar “providencialmente” o litoral “emporcalhado” pelo ser humano. E não é que ele tem razão ?!?
Pois, então, como muitos sabem, este “Manezinho da Ilha” (nascido a 100 passos da Catedral Metropolitana de Florianópolis/SC) morou 46 anos no interior (Jaraguá do Sul/SC), mas nunca perdeu a sua “sede” pela vista da orla marítima, a ponto de raramente passar uma semana, longe das águas do mar.
Por isso, desde 21.10.2024, morando de volta junto ao Oceano Atlântico, eu continuo me levantando, como sempre, às 04h56 da matina, mas mudei de rotina: desço à praia, “planto uma bananeira” (gesto simbólico, que emblematiza momentos especiais da minha vida pelo mundo, em especial junto ao Mar da Galileia, em Israel), mergulho nas águas gélidas do mar aberto e, depois, para o espanto dos serviçais já de plantão, tomo um banho frio no chuveiro coletivo do condomínio.
Em resumo, o meu amor pela água não vem só dela manter-me vivo, pois, conforme a ciência, “a falta de água mata antes do que a falta de comida”: sobrevive-se cerca de 3 a 7 dias sem água; sem comida, até 30 a 60 dias, isto se houver adequada (atenção !!!) hidratação.
Cientificamente, estão provados os benefícios de se estar perto de oceanos, lagos e rios e que se deve aproveitar ao máximo a companhia dela, a água.
Segundo Craig McDougall, que pesquisa a influência da natureza no bem-estar, na Universidade de Exeter, na Inglaterra, a natureza está profundamente ligada ao nosso bem-estar, e isso geralmente começa com espaços verdes – parques, jardins, florestas e outras áreas repletas de vegetação. E onde há verde, muitas vezes, há azul – oceanos, mares, lagos, lagoas, rios, áreas aquáticas – que, por terem “visões, cheiros e sons diferentes” das paisagens mais verdes, podem fornecer benefícios extras.
A água é particularmente mágica, na sobrevivência e na saúde mental e, por isso, tanto atrai as pessoas.
Enfim, uma crescente número de pesquisas sugere que ambientes com água salgada e doce, melhoram não só qualidade do ar e resfriam climas tórridos, mas, também, oferecem muitas vantagens físicas, psicológicas e sociais, também, por incentivar as pessoas a se mover, seja caminhando ao redor de um ambiente aquático ou nadando em um; afinal, a atividade física é vital para um corpo e cérebro mais saudáveis, principalmente pela sua capacidade de conter o estresse, aliviando sofrimentos mentais, promovendo a resiliência e aumentando a felicidade e outras emoções positivas.
E, quanto aos espaços azuis, em particular, Mat White, psicólogo ambiental, que pesquisa os efeitos deles na saúde humana e social, na Universidade de Viena, diz: “as pessoas sentem menos sofrimentos, porque ficam atentas para observar o que a água está fazendo”.
Sim, os “recursos animados” da água – o bater rítmico das ondas do mar, um lago espelhando os gansos voando acima – são interessantes o suficiente (melhor, terapêuticos) para prender a atenção, mas suaves o suficiente para permitir que a mente vagueie, reflita e faça sonhar acordado. Show !!!
Em resumo, a “água é particularmente mágica”, na sobrevivência e na saúde mental e, por isso, tanto atrai as pessoas para longe do “fundunço” urbano das metrópoles.
No meu caso, em particular, a luz cintilante refletindo na água do mar, tanto do sol como da lua, me lembra que não se é nada frente à natureza, ela, a suprema, que nunca se protege, só se vinga !!!
E viva ELA, a ÁGUA, também a da chuva, que espanta tantos da praia. Mas, não a este aqui … que, resgatando o seu lado eternamente criança, adora andar, correr e pedalar na chuva; aliás, depois … nada como um bom banho quente e … um vinho (a bebida símbolo do sangue de Cristo, transubstanciada, nas eucaristias … da santa água).

Também, com dedicatória personalizada, diretamente com o Autor
PhD/Dr.Ing, Pós-Doc
CONTEÚDOS
DE NAVEGANTES (Navegantes), BASTIDORES DO PÍER (Piçarras), CATARINORTE (Piçarras)