Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Açodamento eleitoral

Por: Claudio Prisco Paraíso

21/10/2025 - 06:10

 

O processo sucessório eleitoral em Santa Catarina foi deflagrado pelo prefeito João Rodrigues antes mesmo de ser reeleito em Chapecó, de forma absolutamente antecipada, precoce e açodada. Lá em meados de 2023, ele colocou o bloco na rua, com apenas um ano e meio de governo de Jorginho Mello, que ainda não havia chegado à metade do mandato. Claro que, a partir do momento em que assim procedeu, o governador precisou também se articular, porque, na época, João Rodrigues acenava, até em função das eleições municipais, com uma aproximação junto ao Novo. O chapecoense apoiou, inclusive, a reeleição de Adriano Silva em Joinville, sem sequer indicar o vice. João Rodrigues também estava em conversações com o União Brasil, praticamente fechado com o Podemos, e tentava, ainda, buscar outros apoios. Tentava, inclusive, atrair para seu arco de alianças o Republicanos, que ainda não tinha liderança definida em Santa Catarina. Pois foi só meter a cabeça para fora que o governador colocou o pé no acelerador. Simples assim.

 

Guarda-chuva

O governador se alinhou com o Republicanos, transferindo para a sigla o deputado federal Jorge Goetten, que havia sido eleito pelo PL, e colocou o irmão como primeiro vice, formando dobradinha com Goetten. Tudo articulado via presidente nacional do Republicanos, o deputado Marcos Pereira.

 

Meia-volta

O Podemos já estava fechado com o PSD. Coube ao prefeito Topázio Silveira Neto estabelecer uma aproximação entre Paulinha Silva e Jorginho Mello. O União Brasil fechou uma federação com o PP Progressista, e Jorginho, muito próximo de Ciro Nogueira, também se articulou pelas mãos do senador Esperidião Amin. Na outra ponta, o contato foi com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil.

 

Joinville

Nesse meio-tempo, aproximou-se de Adriano Silva, que hoje está fechadíssimo com o governador no projeto de recondução.

 

Câmara Alta

Mesmo que o Novo não venha a fazer parte da aliança, o partido dificilmente vai coligar com o PSD. Quando muito, pode lançar Gilson Marques ao Senado, numa candidatura avulsa, sem candidato ao governo.

 

Liderança

Daí ficaria assim: quem desejar se incorpora a essa ou a outra candidatura. Claro que a principal liderança é o prefeito Adriano Silva, que elegeu o único deputado estadual, Matheus Cadorin. Este, por sua vez, tem proximidade com o único deputado federal, Gilson Marques. Os outros dois prefeitos seguem a linha de atuação do alcaide de Joinville.

 

No governo

Quanto ao PP, antes mesmo da federação, já estava no governo Jorginho, na figura do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck. O mesmo vale para o MDB, que, desde o início do governo, tem Jerry Comper na poderosa Secretaria de Infraestrutura.

 

Tripé

Depois, mais duas secretarias foram entregues ao partido: a da Agricultura, com o presidente da sigla, o deputado federal Carlos Chiodini, e a do Meio Ambiente, com o deputado estadual Emerson Stein. Os dois partidos estão consolidados no projeto do governador.

 

Isolamento

Fazemos essa retrospectiva para mostrar que o PSD está, literalmente, sozinho. Não tem sequer um partido acenando com aliança. E nem está inteiro, porque Topázio Neto, Paulinho Bornhausen, alguns prefeitos, vice-prefeitos e outras lideranças municipais vão seguir outro caminho.

 

Nacional

De modo que o PSD ou vai para o sacrifício, na figura de João Rodrigues — especialmente se Ratinho Júnior for candidato à Presidência da República, o que é improvável, mas não impossível.

 

Pódio

Ou, mesmo sem Ratinho, se João Rodrigues encarar uma candidatura sem a menor perspectiva, poderá chegar em terceiro lugar, até mesmo atrás da composição da esquerda. Porque a grande realidade é que tudo está caminhando para uma eleição de turno único.

 

Martelo batido

Na sexta-feira, em Tubarão, o governador foi muito claro. Falou com todas as letras: não haverá chapa pura — nem para o Senado, nem para o governo. Jorginho Mello deixou cristalino: o MDB será o vice, a não ser que venha a compor com Lula da Silva, indicando o vice dele na disputa presidencial, o que é pouco provável.

 

Senado

E também não deixou dúvidas de que Carluxo estará numa das vagas ao Senado. O governador deu a entender, ainda, que a outra será da Federação União Progressista. Ou seja, não há mais espaço para o PSD. A composição de Jorginho Mello, por si só, é robusta: alguém que está no exercício do mandato e que tem, a seu favor, ainda, a máquina estadual e a esmagadora maioria dos prefeitos catarinenses.

 

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp