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A vida alheia – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

12/03/2025 - 08:03

Isso mesmo, vou falar da vida alheia sem deixar de falar de nós, de nós todos. Mais uma vez ouvi o que sempre critiquei, não por ser um santo, mas por ter aprendido a controlar a língua, pelo menos em certos momentos. Já usei aqui várias vezes a frase que aprendi lendo o padre jesuíta espanhol Baltazar Gràcian, 1600/1645. Gràcian dizia: – “Fala, se queres que te conheça”! Essa sentença devia estar em todos os livros “religiosos”, ela é uma santa-verdade. Uma verdade que alicerça as psicoterapias : Fala, se queres que te conheça. Um ator, 50 anos, fez muitas novelas na tevê, mas aprontou. Deixou a desejar em certos comportamentos, foi demitido. E uma vez demitido, sentou a borracha na empresa onde trabalhara. Aquela coisa típica dos frustrados sem educação e sem controle da língua. Toda vez que falamos mal de algum lugar onde trabalhamos ou falamos mal da ex-companheira ou companheiro, mesmo que com todas as razões, vamos ser julgados. E o julgamento não será nada favorável ao “delator”. Sempre haverá os que nos ouvem nas queixas, mesmo que verdadeiras, e, por dentro, silenciosamente nos sentenciem: – “Tome, você merece”! Claro, e ainda há os que dão razão à empresa que nos demitiu ou ao cônjuge que nos mandou pastar, opa, quis dizer “passear”, passear no divórcio. Falar mal de ex-amigos, de ex-colegas, ex-cônjuges, seja quem for, nos tira possíveis encantos e nos leva para a desconfiança de quem nos ouve. Sempre haverá quem duvide e dê razão a quem nos tratou como tratou. Não é uma boa sair de qualquer tipo de relação soltando a língua. Insisto, podemos ter toda razão, porém não vamos sair do desabafo com o voto da maioria. Vale dizer, em sentido contrário, que vamos produzir admirações e simpatias falando bem de quem não estiver por perto. Nas relações conjugais as pequenas ou grandes discussões são mais ou menos comuns. O cônjuge que “aproveitar” a ocasião para soltar a língua contra o “adversário” do momento vai acabar dizendo coisas inesquecíveis. E nada pior do que isso, do dizermos dos inesquecíveis para quem os ouvir. Melhor é ficar na superfície, não mergulhar nas agressões ferinas ao ponto de nunca mais serem esquecidas. Infelizmente, esse comportamento é para bem poucos. Língua, recolhe-te!

PERGUNTA

Vamos imaginar que você tenha um “amigo” e esse amigo, para não te perder, o colocasse num quarto fechado. Comida e água sem falta, hein, que tal? Toparias? Foi o que pensei mais uma vez passando à frente de um imenso pavilhão na av. Beira-Mar, em Florianópolis. Nesse pavilhão, lê-se: “Associação Amigos do Curió”. Que estupidez é essa? Como é que alguém dizendo-se amigo dos passarinhos os coloca em gaiolas, prisões? Os passarinhos nasceram com “asas”, eles têm o céu como limite. Gaioleiros estúpidos!

OBRIGAÇÃO

Imagine se o sexo fosse “obrigação” para os maridos… Acabo de ler esta manchete: – “Casais seguem roteiros e transam mais por obrigação que por desejo”. Quem diz essa obviedade é a sexóloga americana Emily Nagoski. Cá pra nós, sexo por obrigação, cumprimento de “dever”, ah, por favor. Ou esse sexo é um desejo bilateral, num mesmo momento, ou melhor é ir fazer um café na cozinha. E para os homens é “loteria” certos momentos…

FALTA DIZER

Vamos aliviar um pouco a pressão. Uma piada? Não, uma verdade. Rubem Alves, inesquecível escritor brasileiro, quando lhe perguntavam que idade ele tinha, ele respondia: – “Eu não tenho 78”! Ele queria dizer que ninguém tem mais os anos que já viveu. Sábio.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.