A única verdade – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

15/10/2024 - 07:10

Sim, você tem razão, não existe uma única verdade. Todavia, na condição humana a grande verdade é incontestável, é a verdade do temporário. Tudo é temporário, nada vem para ficar. E diante dessa verdade, mais uma vez sou forçado a lembrar do desapego, da pregação budista do valor de não nos apegarmos a nada, afinal nós e nossos objetos de apego vamos passar. Sabemos que nada é de ninguém de modo verdadeiro, tudo é temporário. Diante dessa verdade, temos que lembrar do aqui e agora, tudo o que temos. Digo isso acabando de ler uma história triste, todavia, muito comum. Um famoso ator de novelas, hoje com 71 anos, ganhou muito dinheiro. No tempo dele, das famosas novelas da Globo, o pessoal ganhava muito bem. Alguns foram discretos, não se exibiram, pouparam, investiram e hoje nem se lembram mais como se conjuga o verbo trabalhar. Esse ator de quem falo, aos 71 anos foi despejado da casa onde morava, uma mansão. Razão? Endividado e sem condições de pôr em dia as alongadas contas atrasadas. Resumo da ópera, temos que ter consciência de que tudo na vida tem a tendência do chegar e partir, salvo se formos muito atentos e inteligentes. Esse ator fez o que a maioria das pessoas faz: viver anestesiado com o poder do momento, com o dinheiro sobrando, não pensar no amanhã e não ter consciência de que nada vem para ficar. O único modo de segurarmos o que temos é a prudência, a modéstia o entender que mesmo com muito dinheiro no banco podemos, por uma razão ou outra, ficarmos sem nada de um momento a outro. Nem vou falar de nossas perdas afetivas, desastrosas. Viver o aqui e agora conscientemente e valorizarmos o que agora temos, agindo com prudência, é a única forma de minimizarmos os nossos medos e de perder antes do tempo o que um dia será inevitavelmente “perdido”, deixado para os outros. O ator, que um dia foi abastado, hoje é um desamparado, sem casa nem sonhos, afinal, com a idade dele no mundo do “etarismo” e das modernidades na televisão a única certeza dele só pode ser a da lição que ele está passando para os jovens ou para os idosos levianos…

VAIDADE

Ouça esta manchete, claro, de Florianópolis: – “Começa a procura por salões de ginástica, uma busca estonteada por “shape” para o verão”. É isso, o pessoal, maioria, que ficar em forma para ir à praia, em forma no corpo, é claro. E na cabeça? E a cabeça em forma para viver bem em família, no trabalho e, mais que tudo, consigo mesmo? Credo, as cabeças vazias se revelam nos detalhes.

LEVIANO

Leviano ou ordinário? Falo de um vereador eleito em Florianópolis. Ele reuniu num restaurante 16 pessoas que estiveram com ele durante a campanha eleitoral e mais alguns representantes do bairro onde ele mora. Mesa enorme, lotada, comes e bebes fartos, mas… Nenhuma mulher na mesa. Será que nenhuma mulher, nem da família dele, o ajudou durante a campanha? E elas não aprendem, ah, não aprendem… Vi tudo.

FALTA DIZER

Pegar um por um e dar-lhes o devido “castigo”, um por um, pegá-los. Jovens, guris da classe média para cima, editando fotos de colegas de colégio e colocando-as nas redes sociais peladas, nuas como nasceram. Tudo montagem das modernas tecnologias. Os desavisados pensam que são fotos verdadeiras, não são. E quem vai “pegar” esses caras, pegá-los um por um, quem? Na minha terra, eles lamentariam ter nascido, eles e os pais deles.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.