A terceira idade impede o tratamento cirúrgico para o câncer de pulmão. Mito ou realidade?

Cirugião e robô em ação Foto: divulgação

Por: Giovani W. Mezzalira

10/04/2023 - 16:04

 

As cirurgias complexas cada vez mais estão sendo realizadas com mínimas incisões e menores complicações. As raízes desta evolução estão no aperfeiçoamento médico e no investimento que possibilita o aparelhamento dos hospitais.

Graças às técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia robótica, a video cirurgia convencional e as endoscopias intervencionistas, um número maior de pacientes de alto risco está sendo tratado.

Quando se fala em risco, deve-se analisar a idade, as doenças associadas, que também são chamadas de comorbidades, e as lesões a serem tratadas.

Há algum tempo, o tratamento radical do câncer pulmonar era realizado por cirurgias que necessitavam de grandes aberturas e, com isso longos, períodos de pós-operatórios e, por consequência, maiores riscos.

Alguns pacientes operados recentemente demonstram o potencial destas técnicas minimamente invasivas. Desses três pacientes que serão relatados, dois tinham uma média etária de 78 anos e a última tinha 86 anos, todos com câncer pulmonar e necessitavam de uma cirurgia radical. A diferença entre eles é que a mais idosa foi operada pela técnica robótica.

Idades parecidas, resultados animadores

No primeiro paciente, a cirurgia realizada foi uma vídeo lobectomia pulmonar que consiste na ressecção de metade do pulmão esquerdo e todos os gânglios, caracterizando uma cirurgia radical para o câncer. Foram usados uma incisão de 3 cm e mais uma de 1 cm e, com isso, conseguiu-se dar alta hospitalar no terceiro dia e uma vida normal após uns 15 dias de pós-operatório.

No segundo paciente, foi realizada uma mistura de técnicas que possibilitou usar a cirurgia radical como desfecho. Inicialmente, a paciente deu entrada no pronto socorro com insuficiência respiratória grave, pois o tumor estava obstruindo o tubo chamado de brônquio que deveria levar o ar para o pulmão esquerdo dela.

A técnica indicada foi a desobstrução por vídeo broncoscopia intervencionista, que cortou e coagulou o tumor com o laser gás de argônio. Com isso, a paciente voltou a respirar e pode ser preparada para a cirurgia radical.

Nesse caso, houve a necessidade de retirar todo o pulmão esquerdo, que para muitos familiares e médicos não seria viável para uma avó de 78 anos.

A vídeo cirurgia e uma incisão auxiliar de 5 cm foram as técnicas escolhidas. A paciente teve alta no sexto dia após o procedimento, com uma capacidade pulmonar muito próxima do normal. A terceira, com 86 anos, precisava de uma retirada parcial do pulmão e a cirurgia escolhida foi uma segmentectomia anatômica feita por robótica, com alta no 3º dia. Hoje, ela está com os seus 88 anos, sem sinais de recidiva do tumor.

Profissional controla os braços do robô

O robô em operação

Interface Da Vinci

Esta interface robótica chamada Da Vinci é sem dúvidas a mais eficiente delas, pois apresenta uma movimentação fina, perfeita, sem tremores, uma mobilidade do pulso e da mão das pinças maior que a do ser humano, um olhar 3D superior a todas as câmeras da vídeo cirurgia convencional

As possibilidades adquiridas dentro da minha especialidade, a cirurgia pulmonar, com certeza se devem a comunidade empresarial e aos hospitais São José e o Jaraguá que apostam na compra de equipamentos sofisticados, particularmente na endoscopia respiratória e na cirurgia torácica, onde os equipamentos disponíveis são os mesmos usados no mundo afora.

As cirurgias robóticas eu faço nos três hospitais de que faço parte e, assim, consigo atender a preferência e a necessidade de cada cliente, assim como posso atender os pacientes destas outras cidades.

Os três hospitais que atuo são o Hospital Albert Einsten em São Paulo, o Hospital Marcelino Champagnat e o Pilar em Curitiba e o Hospital Santa Isabel em Blumenau.

Novas fronteiras estão sendo abertas aqui nos nossos Hospitais, a partir de novos projetos que estão tramitando, e com certeza, deverão revolucionar o atendimento médico estadual e despontar mais no cenário sul brasileiro como uma grande referência na saúde.

Por Dr.Giovani Mezzalira , formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também se especializou em cirurgia geral. É cirurgião torácico, especializado pelo Hospital Evangélico de Curitiba, mestre em cirurgia torácica pela PUC/PR, possui certificação em cirurgia robótica pelo Instituto Falk (PR) e pós-graduação em cirurgia robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Onde atende:

Clínica Toracopulmonar (Dr. Giovani Mezzalira – CRM-SC 8611)

Endereço: Rua João Planincheck, 1990, sala 513, Jaraguá Esquerdo, Jaraguá do Sul – Edíficio Blue Chip Centro Executivo

Instagram (clínica): @clin.toraco

Instagram (profissional): @giovani_waltrickmezzalira

Telefone: (47) 3276-1499

 

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