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A receita é pessoal – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

05/11/2024 - 07:11

Em razão da loucura em que hoje vive o mundo das “farturas”, as histórias de vida não mais podem ser interessantes apenas para os mais velhos, os jovens têm que abrir os olhos. Ouvi incontáveis vezes alguém dizendo: – “Ah, meu Deus, se tivesse dinheiro, se ganhasse na loteria nunca mais iria trabalhar”! Não trabalhar é o sonho da estulta maioria. Ontem ouvi uma história que me foi contada por um empresário paulista e que se ajusta a este assunto. O empresário me contou a história e eu disse a ele que iria usar dessa história. Ele assentiu. Resumindo a ópera… A mãe dele ficou viúva aos 74 anos. Viu-se sozinha, mas não se queixou. O filho e a esposa, a nora, deram um tempinho e convenceram a mãe/sogra a vir morar com a família do filho e conviver com as três netinhas que ela muito amava. Conversaram e a senhora foi morar com a família do filho e junto às netas. Num primeiro momento alegria coletiva, as netas vibravam com os carinhos e as atenções da avó, o filho estava feliz e a nora de igual modo, um família equilibrada, mas… O tempo foi passando, não havia mais a explosão dos primeiros dias, as netas já conviviam com a avó como se ela fosse uma “empregada” especial e a própria avó já não se via mais no mesmo entusiasmo. A senhora/avó começou a sentir-se como uma página virada na vida. Sobreveio-lhe um tédio, uma consciência de vida solitária. E o que ela fez? Respirou fundo, falou com o filho e a nora, beijou as netas e decidiu ir morar sozinha, sozinha em termos, afinal, a família sempre estaria por perto. Fez isso, mudou-se para um pequeno e confortável apartamento, ela tinha dinheiro e assim o filho. Resultado? A senhora voltou a sair com amigas, floriu o apartamento, iniciou-se num curso de pintura, convive e sai com amigas recém-conhecidas e ainda tem a intensa vida familiar com as netas. Resumindo a história, solidão é uma expressão discutível, pode-se viver “sozinho”, mas com bons amigos e amores por perto. Cada um de nós tem que achar a sua freqüência e sintonizar adequadamente o rádio da vida… Não existe uma receita de felicidade para todos. A receita é pessoal…

ENGANO

Muitos pensam que aprender a ler é rápido, alguns dias e a criança aprende a ler. Não aprende, o que a criança aprende é a decodificar os símbolos, esse é o primeiro estágio das leituras, mas… A verdadeira leitura envolve a compreensão do texto lido, da compreensão resulta a postura crítica de parte do leitor, e daí vem a capacidade de retenção na memória do texto lido. Da retenção surge a possibilidade da evocação, isto é, trazer de volta à memória o que foi lido. Raros lêem com qualidade. Raros.

TREINAMENTO

A leitura, como de resto todos os hábitos, implica em disciplina e constância. Feito isso, tudo passa a ser possível para um leitor contumaz. Enriquecimento da memória, dos conhecimentos diversificados, saberes de todo tipo que habilitam a pessoa a ouvir e compreender melhor, a ter sustentações para suas falas, respeito e até mesmo afugentar espertalhões que vivem à sombra dos de cabeças ocas. À leitura, meninada!

FALTA DIZER

O verbo mais fácil de conjugarmos é o verbo desistir, todavia, a nossa boa irmã, a resiliência, nos lembra o tempo todo que temos que continuar, nunca desistir de um bom propósito. Caíste sete vezes? Levantes oito. De outro modo a vida não vale a pena.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.