A prática de atividade física como auxílio no alívio das dores do corpo

FOTO: Freepik

Por: Andreia Chiavini

10/11/2023 - 13:11 - Atualizada em: 10/11/2023 - 16:45

 

Antes mesmo de termos alguma dor pelo corpo, já recebemos uma enxurrada de crenças e mitos que provocam em nosso cérebro inúmeros bloqueios e medos. Muitas vezes você já viu, ouviu falar ou leu alguma coisa sobre o sentir dor, o que evitar para não sentir, como se movimentar para não provocar a dor, te transformando num verdadeiro robô. Mitos são largados em nossas cabeças, sendo enraizadas brotando uma área da saúde cada vez mais restrita a limitações e proibições, tornando os profissionais disfuncionais.

São narrativas infundadas sobre causas e riscos, trazendo uma convicção profunda sobre o que não se pode fazer. Um exemplo é que, as crianças que carregam mochila pesada para ir para a escola podem ter dor na coluna. Outro exemplo é que se você tem dor no joelho, não pode agachar. Existem diversos estudos que comprovam que a mochila pesada não tem relação com a dor nas costas e outros mais que comprovam que realizar o agachamento com dor no joelho não piora a dor.

Estudos não apenas teóricos, mas de vivências clínicas. Claro que não vamos encher as mochilas com um peso colossal e muito menos ficar num agachamento por horas só para ir contra os resultados. O que quero falar, é que não se trata apenas do peso da mochila ou do movimento realizado. A dor acontece pelo despreparo físico do corpo, seja em qualquer situação. Existe um contexto envolvido, além da estrutura física, os hábitos diários de vida.

Um outro exemplo é o Beach tênis. Trouxe para muitos, dor no ombro, quadril, joelho e a culpa é do esporte. Não. O problema é que o corpo não está preparado para se manter e sustentar esse esporte. De repente você era sedentário e no outro dia era um praticante incansável. Não dorme direito, a alimentação é precária, passa horas no celular, uma vida toda restrita. Mas a culpa é do esporte.

Agora imagina uma pessoa que fez uma cirurgia de coluna. Já vem de perda de musculatura, muitas vezes com o emocional abalado, sedentário, porque já não estava fazendo exercício porque sentia dor e muitas vezes disseram que não era para fazer. Esse corpo está totalmente despreparado para enfrentar o pré e o pós operatório. Não vai resolver. O corpo precisa de musculatura, de estrutura e sustentação.

Exigem do corpo, mas não oferecem nada para ele. E entramos em outro mito. Se você sente dor ao fazer algum movimento, pare e fique em repouso. Pare os exercícios e a tarefa. Mas como? Esse mito deve ser disseminado dos nossos pensamentos. O movimento é a base de nossa existência.

Por mais que a tecnologia nos conforte e diminua o uso do corpo nos fazendo gastar menos energia, ainda precisamos nos movimentar para sobrevivermos. Ao invés de proibir, por que não estimular? O quanto o seu corpo pode ser preparado para carregar um peso ou suportar o esporte que deseja? O quanto você pode evitar uma cirurgia se lhe for oferecido uma construção física para que haja a chance disso? E se com a cirurgia, a dor continua, o quanto o movimento correto pode minimizar a dor, diminuindo as chances do cérebro acreditar, que o exercício é uma ameaça ao corpo.

Tudo é gradativo, mas é um processo necessário a ser passado. Exige tempo, disciplina, confiança e dedicação. Não existe milagre! O que existe é falta de preparo e falta de aptidão física para enfrentar o que lhe é oferecido. Se tiver dor, faça exercício de qualidade. Se não tem dor, faça exercício para não sentir dor. Confie no processo, há solução para a sua dor física. Mas é preciso persistir com os profissionais certos que abordam além das questões físicas.

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Andreia Chiavini

Fisioterapeuta especialista em Fisiologista do Exercício e Certificada em Pilates, TRX e RPG. Crefito: 77269-F.