A pior das azias – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

29/07/2023 - 06:07

Isso mesmo, vou falar de azias. E já vou abrindo a janela, leitora, para dizer que a pior das azias é a da cabeça e não a do estômago. Há pouco li uma frase que me deixou pensativo, e poucos talvez a entendam sem parar e pensar um pouco. A frase, perdida no tempo, dizia que – “O propósito da vida é lutar contra a maturidade”. E o que é maturidade? Alguns podem dizer que é plenitude, que é chegar a uma determinada idade e não arregalar mais os olhos para qualquer coisa. Outros podem dizer que maturidade é velhice. Não sei o que pensa a leitora, só sei que maturidade não é palavra bem recebida pelas mulheres, afinal, os homens as querem sempre “jovens”, nada de maduras. E eles? Ah, eles de qualquer jeito, pelo que vejo por aí nos casais… Vou ficar com a palavra maturidade sinônimo de velhice na cabeça. E, nesse caso, também jogo pedras nos que ficam “maduros”, nos que se deixam liquidar pelos anos do calendário. Claro que o corpo “pesa” mais na maturidade, pesa no sentido de não ser mais o corpo lépido da juventude, mas… A cabeça tem que continuar faceira, pulando “cirandinhas” e enfrentando sem gemer os desafios, vivendo, enfim, encantamentos no viver. Que se lixem os outros quando estamos dentro da lei e das éticas fazendo o que não nos põe nos ridículos, mas nos faz felizes. Agora, cá pra nós, leitora, não é fácil espantar a tal de maturidade. As convenções traçam linhas limítrofes entre ser jovem e ser velho, linhas mal traçadas por idiotas de todas as idades. Idiotas no modo mofado de ver a vida. Nada encurta mais o caminho da vida que o desânimo, o dizer a pessoa a si mesma no espelho do banheiro que está velha, que já fez o que tinha que fazer, que muito do que gostaria de fazer é feio ou ridículo e, pior de tudo – Ah, o que vão dizer se eu fizer? Aliás, dizendo isso, lembrei-me de outra frase de produzir azia. Diz assim – “Aos 70 anos, com quem você pretende passar o seu tempo: com seus netos ou com seu chefe”? Pergunta estúpida. Quero estar comigo, trabalhando e feliz. Só depende de mim. E de você, leitora, leitor…

LOUCOS

Uso a palavra loucos (parece que ainda não foi criminalizada) para falar dos jovens que sofrem um patológico desnorteamento existencial a partir de suas orfandades, falo dos jovens órfãos de pais vivos. Sem bons exemplos caseiros, sem disciplina, sem sinceros afetos, pobres jovens. Vícios, crises psicológicas, violência, desorientações e até pensamentos suicidas… Mas como não, com esses pais que andam por aí? Cafajestes das desculpas.

IRMÃOS

Sou filho único, “acho” que sinto falta de um irmão, de uma irmã, todavia… O que mais vejo por aí são irmãos e irmãs se “pegando pelos cabelos”, brigando por tudo um pouco. Meu juízo sobre irmãos? Têm que ser dois em um, ou vários vivendo sob a mesma regência, a da compreensão, dos afetos, do respeito, ajudas e amor. Infelizmente, não é o que mais vejo. Coitados dos brothers desafetos!

FALTA DIZER

Copa do Mundo de Mulheres. A Fifa, promotora do evento, corta o microfone de quem pergunta ao treinador da Zâmbia sobre seus abusos sexuais. Acusações pesadas contra o treinador, Bruce Mwapê. Uma das jogadoras da seleção diz que se ele “escalar” alguém para dormir com ele terá que dormir. Acredito nas jogadoras. Duas ações: fechar essa Fifa inútil e “pegar” esse treinador… “Pegá-lo”, ô…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.