Em maio de 1992, após 21 anos de “envolvimento” direto (estágios e carreira) com a WEG, incluindo períodos extramuros no Brasil e na Europa (Alemanha, Áustria e Suíça), a Diretoria da Empresa (incluindo os três fundadores, Werner Voigt, Eggon João Da Silva e Geraldo Werninghaus), fui agraciado com uma festa “saideira”, no chamado Chalé da Arweg, um aconchegante salão de festas, construído sobre um riacho (no tempo em que órgãos de meio-ambiente pouco existiam ou não enxergavam).
Lá, um dos Diretores, Luiz Alberto Oppermann, colega de MBA em Bento Gonçalves – onde estivemos muitos finais de semana para aulas e que, pela maior convivência “fora do expediente”, pôde me vigiar mais de perto (rsrsrs) e, assim, me conhecer mais pessoalmente – entregou-me um presente, até hoje, sempre visível numa das paredes da minha moradia, antes em Jaraguá do Sul, agora, em Barra Velha.
Este presente é um quadro com a minha foto e uma frase inspirada por ele, Oppermann, uma das pessoas mais inteligentes que passou pela WEG, assim: “𝕰𝖒𝖎́𝖑𝖎𝖔 𝕯𝖆 𝕾𝖎𝖑𝖛𝖆 𝕹𝖊𝖙𝖔, que todos os seus Planos se realizem nos MÍNIMOS DETALHES !!! São os Votos de seus Amigos da Diretoria da WEG”.
Pois bem, esta emocionante recordação me lembra que, “lá atrás”, qualidades antes admiradas – como dedicação, inteligência acima da média, organização e foco extremos, pontualidade “britânica”, competência técnica e, até mesmo, perfeição – passaram a ser reinterpretadas, muitas vezes, equivocadamente, como potenciais transtornos mentais, dando origem, assim, a uma tendência preocupante: a patologização da excelência, isto é, uma visão dela como “doença”.
Isto, provavelmente, por estarmos vivendo um contexto educacional e profissional altamente competitivo e saturado, bem como porque a medicina, em especial, tem sido alvo de expansão quantitativa: cada vez mais pessoas ingressam na carreira, aumentando a concorrência e, também, gerando mudanças na percepção social e mercadológica, em relação a certas características individuais.
Quando qualidades começam a ser rotuladas como distúrbios psicológicos, banaliza-se tanto a doença mental quanto a excelência
É importante destacar, contudo, que o reconhecimento e o tratamento de transtornos mentais (como TDAH, TOC, depressão, ansiedade, transtorno bipolar, entre outros) são fundamentais para o bem-estar, bem como, que a democratização da informação e a disponibilização do acesso à psicologia têm trazido avanços sociais inegáveis.
Entretanto, quando qualidades como obstinação, meticulosidade, disciplina e busca incessante por resultados começam a ser rotuladas, automaticamente, como sintomas de distúrbios psicológicos, corre-se o risco de banalizar tanto a doença mental quanto a excelência.
Enfim, esse fenômeno não surgiu do nada. Ele se insere em uma cultura que valoriza o diagnóstico rápido, o rótulo fácil e a medicalização como solução instantânea, face, também, à citada ampliação do número de estudantes de medicina, o que contribui para esse processo, ao mesmo tempo em que todos se tornam vítimas dele, pois profissionais competentes podem ser vistos como “excessivamente perfeccionistas” ou “hiperativos”, sem que haja um contexto clínico consistente. Em consequência, a delimitação entre dedicação saudável e compulsão passa a ser cada vez mais tênue e subjetiva.
Em resumo, esta situação não acontece por mera maldade, mas por uma combinação de pressão por rotulações, economia de atenção, crença em soluções medicamentosas rápidas e modelos educacionais massificados.
Solução ? maior equilíbrio entre o acolhimento ao exímio e a ajuda ao vulnerável !!! Fácil, não ?!?
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𝕰𝖒𝖎́𝖑𝖎𝖔 𝕯𝖆 𝕾𝖎𝖑𝖛𝖆 𝕹𝖊𝖙𝖔
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