Aterradora a notícia que acabo ler, notícia repetida. E a cada repetição dessa notícia as coisas estão piores. Começo lembrando que os jovens do passado não tinham que pensar muito na velhice, todos sabiam que estariam bem abrigados quando a velhice lhes chegasse. As famílias eram numerosas, as cidades pequenas, todos se conheciam, e a velhice estava garantida do ponto de vista dos cuidados eventualmente necessários, mas hoje… Um sofrimento anunciado, um desespero quase garantido. Ouça a manchete aterradora: – “Japão convive com idosos mortos em casa por seus cuidadores, muitas vezes em família”. Cuidadores familiares que matam as pessoas a quem cuidavam e, muitos, matam-se também. Pode esse horror? Pode, nova sociedade. A velhice galopa no Japão, como aqui e no mundo todo. Alguns familiares fazem esse cuidado, familiares igualmente idosos, mas… Explodem emocionalmente. Muitos podem pensar que os idosos casados não correm esse risco. Correm. Quando um dos cônjuges morre, um cônjuge idoso, quem ficará ao lado da pessoa viúva? Se não houver uma amorosa família por perto, o que virá à pessoa idosa e sozinha será um horror. Alguém pode pensar que se a pessoa idosa, nessa situação de velhice e desamparo, tiver dinheiro ela poderá ir para um hotel geriátrico, será bem cuidada. Que decepção admitir que haja quem pense assim. Se a pessoa idosa não tiver amorosos familiares para ajudá-la na velhice o desespero estará garantido. O problema é que muitos pensam que há muita denguice nos adiantados da vida, estão errados os que pensam assim. E o mais danoso de tudo é saber que o dinheiro, por maior que ele seja no saldo bancário do idoso, ajuda muito pouco. O calor da vida afetiva, o companheirismo por perto, a segurança emocional de saber a pessoa que ela tem quem com ela se preocupe é um elixir de energias na vida. Amigos podem ajudar, em muitos momentos ajudam mais que familiares. Vem dessa verdade a importância de fazermos amigos ao longo da vida, sem esquecer que essa amizade tem que ser uma via em mão dupla. Terrível saber que a pandemia do mundo moderno é a vida solitária dos idosos e seus desamparados falecimentos. Vida moderna, cheia de Inteligência Artificial, mas analfabeta em inteligência natural, humana.
FRIA
Você sabe quem é o maior assassino da felicidade? Isso mesmo, o assassino da felicidade é a comparação. Se tivermos que nos comparar a alguém é bom que olhemos para trás e nos comparemos com nós mesmos, de ontem para hoje. Melhoramos? Aposto que não. Então, entrar em redes sociais é hoje a mais refinada estultícia, uma vitrina de falsários das comparações, se entrarmos nesse barco furado já afundamos…
QUANDO
Não nos damos conta, mas vivemos, maior parte do tempo, na casa alugada do “quando”. E vem desse atoleiro muito das nossas ansiedades e infelicidades: quando eu tiver, quando eu for, quando eu casar, quando eu for promovido, quando, quando… Até quando? Tolice refinada. Ou transformamos o eventual limão de agora numa doce limonada ou vamos esperar para “quando” o limão virar melancia… Não existe o “quando”, existe o agora, que é tudo o que temos.
FALTA DIZER
Ética é algo natural no ser humano, sem essa de alguém dizer que não sabia ou foi descuido. Ando cansado de entrar em mercados em Florianópolis pegar um artigo de um preço na prateleira e na hora de pagar cobram outro, maior. Se você não estiver muito atento será passado para trás pelos canalhas dos “enganos”. Denuncie, crie caso, não são enganos… Canalhas.