Mais uma federação no ambiente partidário brasileiro. Depois do PSDB com o Cidadania, tivemos o PT com o PV e o PCdoB.
A agora, na quarta-feira, os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, fecharam o acordo, que será formalizado na próxima terça-feira.
Essa composição partidária vai resultar em 109 deputados federais, ou seja, vai suplantar a bancada do PL.
E isso vai fazer com que essa federação seja aquela que ficará com a maior fatia do fundo partidário eleitoral.
Vejamos bem, essa federação chega num momento que vai produzir desdobramentos em Santa Catarina.
Rebelados
De um lado, a rebelião dos Progressistas: os três deputados estaduais, Pepê Collaço, Altair Silva e Zé Milton, além de alguns prefeitos e vices, que também subscreveram abaixo-assinado, exigindo uma convenção para a escolha dos novos dirigentes.
Sem rumo
Ocorre que, com a consolidação da federação, a desmobilização do grupo descontente será total.
Força histórica
A situação já era desafiadora, na medida em que o grupo que se opõe a essa rebelião é liderado pelo senador Esperidião Amin. Ele ainda tem ao seu lado, Aldo Rosa, que é secretário- geral do partido no estado e também do diretório nacional. Ciro Nogueira não faz nada sem ouvi-lo. Ou seja, chance zero de Nogueira assimilar essa mobilização por convenção. Sobretudo agora, considerando-se a federação. Então, Inês é morta.
Perspectiva
Mas, além disso, tem o componente também de que o grupo liderado por Esperidião Amin está alinhado com o Jorginho Mello.
Claro que, na condição de que ele esteja na chapa majoritária em 2026 como candidato à reeleição.
Atração
É um fator que pode trazer o União Brasil para o eixo de Jorginho Mello, porque hoje a sigla está alinhada com o PSD de João Rodrigues.
Lideranças
Independentemente de quem ficará à frente da federação no estado, se Amin ou o deputado federal Fábio Schiochet, que é tesoureiro do diretório nacional do União Brasil e presidente da sigla no estado, não resta a menor dúvida que uma figura política como Esperidião Amin, duas vezes governador, prefeito, no segundo mandato senador, quatro vezes federal, essa liderança vai se impor.
Nova posição
No estado, o União tem tudo para se deslocar na direção de Jorginho Mello, assim como já fez o Podemos.
Voo solo
Ou seja, o PSD corre o risco de ficar literalmente sozinho. Quem sabe com o PSDB? Mas, Jorginho Mello tem conversado com os dirigentes tucanos.
De cima
Nesse contexto de isolamento de João Rodrigues, poderá influenciar o PSD nacional para que haja uma composição.
Influência
Até porque Júlio Garcia esteve com Gilberto Kassab, que é secretário de governo de Tarcísio de Freitas, filiado ao Republicanos. Partido que, em Santa Catarina, está no guarda-chuva de Jorginho Mello.
Na estrada
Inclusive, o irmão do governador é o vice-presidente. Dependendo da evolução do quadro, seja Tarcísio candidato à reeleição com Kassab de vice, seja Tarcísio candidato à presidência com Kassab ao governo apoiado pelo próprio Tarcísio, isso pode inviabilizar um projeto solo do PSD em Santa Catarina.