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A janela e as eleições – Cláudio Prisco Paraíso

Por: Claudio Prisco Paraíso

14/03/2024 - 06:03

Já nos encontramos naquele período qualificado de “janela”, que vai até o dia 6 de abril. Isso evidentemente para aqueles que vão disputar as eleições proporcionais deste ano, os candidatos a vereador. Eles podem mudar de partido até essa data sem correrem o risco de perderem os mandatos. Além da janela, temos também o prazo de desincompatibilização para aqueles pré-candidatos que atuam em cargos públicos. Eles têm que deixar as funções até seis meses antes da data das eleições. O governo Jorginho Mello, no apagar das luzes do ano passado, fez algumas modificações no colegiado. Dois colaboradores, contudo, foram mantidos e devem permanecer até o prazo-limite que, para o caso de candidaturas a prefeito/a, é de quatro meses antes do pleito (ou seja, 6 de junho): Carmen Zanotto, titular da Saúde; e Ricardo Guidi, secretário de Meio Ambiente e Economia Verde. Carmen é um nome indiscutível para a disputa em Lages. Na reeleição de Antônio Ceron, ela perdeu por 56 votos.

Desgaste brutal

No decorrer do mandato do lageano, tivemos todos os desdobramentos da Operação Mensageiro, que alcançou o prefeito da maior cidade da Serra.

Afastamento

Ceron, que chegou a ser afastado do cargo, está amplamente desgastado. Sem falar que o ex-governador Raimundo Colombo, que foi três vezes prefeito de Lages, perdeu duas eleições seguidas para o Senado. Encontra-se em declínio na sua própria base.

Musculatura

Não bastasse isso, Carmen fez grande votação no pleito de 2022. Poderíamos dizer que, entre os 10 a 12 maiores colégios eleitorais do Estado, a eleição mais bem encaminhada é a de Carmen Zanotto em Lages. O PSD, para se ter uma ideia, nem dispõe de candidato ali.

Geografia

Do Planalto, descemos para o Sul, Criciúma. Jorginho Mello deseja apoiar Ricardo Guidi. Já deixou claro que ele pode inclusive permanecer no PSD com o PL indicando o vice. Mas as lideranças pessedistas querem Arleu da Silveira no páreo à sucessão de Clésio Salvaro.

Desconfiança

Eles desconfiam que Guidi, uma vez eleito, poderia migrar para o PL, que deve ser o destino também de Carmen Zanotto mais adiante.

Caminho único

De modo que não restará outra saída a Ricardo Guidi, se quiser mesmo disputar a prefeitura, sair do PSD e assinar no PL para ter o apoio do governador e de Jair Bolsonaro.

Reduto

Criciúma é uma cidade essencialmente bolsonarista. Não vai ser tarefa fácil. Afinal de contas, Clésio Salvaro está completando o quarto mandato e tem um potencial de cabo eleitoral invejável a qualquer liderança estadual.

Embate

Mas aí teríamos de um lado o prefeito e de outro o governador e o ex-presidente da República.

Guilhotina

Porém, se Ricardo Guidi fizer esse movimento, ele corre o risco de perder o mandato de deputado federal. Ele mesmo já conversou com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, com quem Jorginho Mello também deve falar, intercedendo para que o partido libere Guidi.

Veto

Kassab, contudo, não deve ceder pois é pressionado pela cúpula do PSD catarinense.

Tripé

Além dessas duas vagas no secretariado, uma terceira deve surgir. Sargento Lima, titular da Secretaria de Segurança Pública, poderá ser candidato em Joinville pelo PL. Poderemos ter, então, três secretarias de ponta com vaga para titular a partir de junho.

Tríplice

O governador poderá utilizar as pastas (Saúde está com o Cidadania; Segurança com o PL e Meio Ambiente com o PSD, partido que não está no governo) para acomodar o MDB e o PP. Selaria uma nova tríplice aliança em Santa Catarina, com influências já no pleito municipal deste ano e, evidentemente, em 2026.

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