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A horrorosa solidão – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

19/02/2024 - 07:02

Onde anda o futuro? Ora, anda por aqui, o futuro começa quando nascemos. A cada momento estamos mais perto da convencional velhice, claro, os jovens não pensam nisso. E não devem mesmo ficar muito tempo pensando nisso, mas veja bem, eu disse passar muito tempo. É muito bom lembrar, bem cedo, que o amanhã vai chegar, o amanhã das rugas, da aposentadoria e, o pior de tudo, da possível solidão. O motivo desta conversa, leitora, leitor, é que acabei de ler sobre uma mulher com dinheiro na bolsa, conhecida, “fanfarrona” existencial, e que acaba de contar que levou a mãe dela para morar numa casa geriátrica, na verdade um asilo. Asilo é palavra que machuca, daí a invenção de casa geriátrica, como se isso fosse uma bem-aventurança para os idosos. Pensar na velhice, gurizada, é pensar no futuro, pensar em que vai estar ao nosso lado na hora em que a corda da vida nos começar a apertar o pescoço. A maioria não pensa nisso. As famílias de hoje são bem menores que as famílias de outros tempos. A sociedade muda, costumes, usos e abusos mudam, faz parte, mas a velhice não muda, falo da velhice na solidão, do possível asilo, a lacração da vida. Os filhos de hoje, bem menos que os das famílias antigas, não são “ativistas” de ajudar pais e mães velhos. E fique muito claro, mesmo que a pessoa seja rica, tenha juntado muito dinheiro, ela vai precisar de uma mão calorosa, de um afago, de uma presença constante ao seu lado nos adiantados da vida. Dizer que o pai, que a mãe vai ficar numa boa numa casa geriátrica, na verdade asilo, é uma falta de sensibilidade absurda, senão, e mais das vezes, é claro, uma refinada cafajestice. Digo o que digo, aqui e agora, mas também penso que jogo conversa fora, os jovens não se preocupam com os adiantados da vida, a velhice, e vão deixando o tempo passar. E os que deixaram o tempo passar e hoje estão sozinhos na velhice de pouco lhes adianta olhar para trás e suspirar pelo abandono de agora. O agora é o resumo dos “ontens” da vida, e o futuro outra coisa não será senão o que agora estamos fazendo. Asilo? Coitados. Ou apenas consequência da semeadura nos anos da plenitude.

VIDA

Se para os idosos a coisa é um vinagre, ela não deixar de ser aziaga para os jovens. Falo das perdas e das inevitáveis decepções ao longo da vida. Muitas dessas vivências ficam conosco por muito tempo ou por toda a vida. Uma danação. O que fazer? Interpretar os fatos, aceitá-los, e isso varia de cabeça para cabeça, e entender que o quadro do passado não pode ser apagado. Passou, feliz ou infelizmente. O melhor ansiolítico da vida é o desapego. Dificílimo.

BURRICE

Baita burrice ir para a praia e ficar até o sol ferir danosamente a pele do desavisado. Querem ficar bronzeados e acabam com a pele, que vai ficar bronzeada, “queimada”, mas que logo se vai recuperar, voltar a ser o que era, isso se… Não deixar como lembrança um câncer. Vejo parvos ficando quase o dia todo sob o sol, querem ficar bronzeados, broncos…

FALTA DIZER

As pessoas, maioria, não acreditam que o modo como pensamos e falamos molda o nosso destino. Doenças, fracassos, sucessos ou felicidade resultam do modo habitual de pensar e falar. O diacho é que poucos acreditam nisso. Não é dizer da boca para fora, quero ser feliz, é ser feliz. E serás.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.