A felicidade tem endereço – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

22/04/2024 - 07:04

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Um assunto para o café da tarde ou para a hora do chimarrão ou, vá lá, para o momento daquela caipirinha no capricho: felicidade. Tenho uma razão para voltarmos à conversa. Antes de tudo, uma pergunta: será que existe a felicidade total? Acredito que alguém possa ser feliz no casamento e não feliz ao sair de casa para um trabalho nada gratificante, para um encontro com parentes antipáticos ou uma questão de saúde, são incontáveis as possibilidades para sermos infelizes, ainda que felizes sobre outros aspectos. Não vejo hipótese para uma felicidade completa… Espere, vejo sim. A pessoa pode bater na mesa e dizer a si mesmo: sou feliz, ainda que sentada sobre um prego, afinal, felicidade é um posicionamento pessoal, independente de tudo o mais. A ONU faz periodicamente avaliações sobre questões sociais em 140 países. A Finlândia está cansada de ser a primeira nação entre as mais felizes. O Brasil, mixuruca, fica na posição 44. O que faz os finlandeses felizes? Dizem eles que são amantes da natureza, gostam de passear num parque, ouvir pássaros, curtir uma lagoa, coisas assim. Além disso, são equilibrados entre trabalho e vida familiar, não tomam o trabalho nem a família como desculpas para suas inquietações, bem diferentes de nós. Além disso, os finlandeses desconhecem corrupção nas suas instituições, o pessoal por lá é confiável, políticos e autoridades judiciárias, por exemplo, vão e vêm do trabalho de bicicleta… Imagine um ricaço brasileiro fazendo isso, ou uma “autoridade”… Os finlandeses têm hospital e escolas da melhor qualidade de graça, sem pagar um níquel. Por aqui, pessoas morrem nas calçadas, pessoas pobres, é claro… Os finlandeses, enfim, respiram o ar da confiança, da segurança e do bem-estar. Aqui entre nós nem os “poderosos” deitam e dormem… Sim, mas a pergunta é: poderíamos melhorar a nossa posição no ranking da felicidade? Claro que sim, votando melhor. Sem esse indispensável passo, vamos continuar chorando pelo leite derramado. Enquanto o povo continuar votando em gente suspeita, gente “amiga” ou bandidos conhecidos, como costuma fazer, vai continuar infeliz. Só a Revolução Cultural nos poderá salvar, a revolução que começa em casa com a educação das crianças e com o passaporte dos livros entre as mãos, o passaporte para a felicidade.

CAMINHO

Falei em felicidade? Antes de tudo, felicidade é decisão pessoal, da cabeça da pessoa; como já disse, ela pode estar sentada sobre um prego e ser feliz, pode estar na poltrona do Papa e ser um demônio… Ser pessoa ética, estudar continuadamente, envolver-se qualificadamente com o trabalho, não criar casos idiotas na vida familiar, ser, enfim, pessoa simpática e confiável encurta o caminho para a felicidade. Resumindo, felicidade é decisão pessoal, a começar por pensamentos e ações. Para poucos, ô…

REPETIÇÃO

Já falei muito deste assunto aqui, ali e acolá… Agora, ganho reforço. Ouça esta: – “Novo Código Civil deve reconhecer que animais são seres com sentimentos e direitos”. Desculpe-me a grosseria, mas animais são os que não sabem ou não sabiam disso. Basta que tenhamos um bichinho de estimação em casa para saber dos emocionais e da linguagem afetiva deles. Infelizmente, o que mais anda por aí são os quadrúpedes humanos, sem cura…

FALTA DIZER

Guardei uma frase do Oscar Schmidt, nosso preeminente cestinha do basquete. Ele disse que – “Meu sonho não veio até mim. Eu tive que ir até ele”. Boa, Oscar, cesta de três pontos! A vadiagem, todavia, fica rezando, esperando ajuda, se queixando da sorte e se vendo como discriminada. Se virem, acomodados!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.