A cultura da sustentabilidade empresarial

foto: divulgação

Por: Informações jurídicas

28/03/2024 - 14:03 - Atualizada em: 28/03/2024 - 16:20

Li recentemente algumas declarações relacionadas à sustentabilidade, em especial a empresarial, que me chamaram a atenção pelo viés que adotaram.

Uma delas, apresentada à Época Negócios, é de John Elkington, sociólogo que é tido por muitos como o idealizador do conceito de sustentabilidade, que é a base para o índice que conhecemos por ESG – ASG em português, sigla para Ambiental, Social e Governança. A ideia de sustentabilidade, vale lembrar, é um olhar voltado aos resultados da empresa, considerando esses três pilares, ou seja, para ser considerada sustentável, uma empresa deve ser responsável ambientalmente, socialmente justa e organizada a tal ponto que seja financeiramente viável.

Daí que o entendimento é que vivemos em um momento de atenção e perigo para a sustentabilidade empresarial, em vista da politização envolvendo o tema. Cada vez mais se ouvem governos declarando apoio e exigindo, inclusive através de leis e demais normas jurídicas, a implantação compulsória do conceito de sustentabilidade em todos os seus vieses.

No meio empresarial, a regulamentação de procedimentos e padronização de entregáveis é bem-vinda, quando feita de modo adequado, lógico, ordeiro. Não é diferente para a aplicação de ESG, justificando sua implantação como uma cultura, que trará a sustentabilidade empresarial como consequência.

Entra aqui a declaração de Denis Minev, CEO da Bemol, em declaração à Simmmem, para quem a sustentabilidade não é o equivalente a filantropia e, sim, deve ser encarado como uma estratégia de negócios.

Faz todo o sentido entender o fluxo mundial pela adoção da sustentabilidade e a aplicação de ESG como cultura, em bases sólidas, fundamentada em estudos factíveis e metas genuínas, como as adotadas por grandes empresas, sendo exemplo brasileiro a WEG, intimamente ligada à inovação e sustentabilidade desde seu início e que reafirmou este compromisso com a sustentabilidade tornando-se signatária dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em termos brasileiros, há debates legislativos que devem ser acompanhados, dentre eles destaco o projeto para uma norma única de licenciamento ambiental e a criação do mercado de carbono regulado, pautadas para discussão no Congresso ainda este ano.

Outros mais sensíveis também serão protagonistas das rodas de conversa e devem movimentar o judiciária, em especial na questão da inclusão social e

igualdade salarial, carentes de informações mais sólidas e transparentes por parte dos órgãos federais.

Em conclusão temos a percepção que o pensamento está assim orientado, para uma cultura de sustentabilidade, apoiando-se em movimentos como os ODS, e adotando metas factíveis e com transparência em seu cumprimento, sendo uma realidade que à todos afeta, se não agora, em um futuro próximo, portanto, devemos ser antenados e diligentes, nos envolvendo no fluxo desses acontecimentos, acompanhando e participando dos debates e procurando entender como aproveitar positivamente a evolução da sustentabilidade empresarial.

Artigo elaborado pelo advogado sócio Frederico Carlos Barni Hulbert, graduado em Direito pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB, com pós-graduação em Direito Civil pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB. Atua na área de Direito Ambiental, Civil, Empresarial e Terceiro Setor, da MMD Advogados