A contagiante magia da casa dos duendes

Por: OCP News Jaraguá do Sul

03/05/2017 - 15:05 - Atualizada em: 03/05/2017 - 16:08

O portão de caibros de madeira escura e a cerca de bambu coberta pela vegetação já anunciavam. Estava prestes a ingressar em um lugar onde a força da natureza reina soberana. Ao adentrar no quintal, minha intuição se confirmou. Árvores frutíferas e ervas medicinais dominavam o espaço. Um grande limoeiro carregado de frutos suculentos, sombreiras e um pé de bambu davam um toque de mistério.
Embaixo do bambu, um anão simpático com olhos que sorriem dava as boas-vindas. Estava bem próximo da casa, onde à esquerda está afixada a placa “Bem-vindos, amigos”, e à direita, um rosto esculpido em casca de coco reproduz a figura de um negro de grandes e atentos olhos, que lembra um “Preto Velho”, envolto em uma folhagem trepadeira. O anão e o “Preto Velho” teriam sido colocados ali para serem os guardiões do lugar? Possivelmente…
Construída com madeira rústica, de demolição, e peças recicladas, a casa se apresenta com características que fogem totalmente do padrão convencional. Original. Singular, para dizer o mínimo.
Já na entrada, a porta adaptada mostra dois puxadores multicoloridos e placas onde se vê o sol, a lua e as estrelas. Ao ser aberta, uma surpresa dá o tom mágico à morada, que bem poderia ser uma casa de duendes: uma bruxinha montada numa vassoura, sacudida pelo vento, saúda quem chega. O teto é de vidro, o que permite ser iluminada pelo sol e receber a luz de prata nas noites de lua cheia. Lembra aquelas estorinhas infantis, em que se encontra uma casa no meio da floresta…
O visitante mais atento poderá notar que um dos pilares da casa é um tronco de árvore semi-beneficiado, que apesar de ter uma carranca esculpida, sobe com galhos até o teto.
Filtros dos sonhos diversos e mandalas, antigas vidraças, assim como pedaços de troncos transformados em peças utilitárias estão espalhadas pela casa, onde dois gatos preto-e-branco circulam livremente.
A atmosfera de magia e mistério contagia os moradores e um sentimento de paz e amor universal, instalado ali, lembra os ideais defendidos pelos hippies, em décadas passadas.
– Eles, os hippies, acreditavam na paz e eram contra a guerra. Não eram materialistas e a amizade era um bem mais que precioso para eles. O que aconteceu com aqueles ideais?!
Fecho os olhos por alguns instantes e pouco depois o cenário começa a mudar. Vejo dois duendes brincalhões correndo pela sala, derrubando frutas da mesa e caindo na gargalhada. Em paralelo às traquinagens da dupla, três fadas chegam e sobrevoam o recinto com suas asas fosforescentes. Ao canto, o retrato de Janis Joplin, de óculos e sorrindo, se ilumina ainda mais. Estou encantada! O miado arrepiante de um gato me acorda de repente e sorrio.
– Fui contagiada pela magia da casa dos duendes…65ece33bbe4848957a33e34a4f55d4d4