Alexandre de Moraes está que nem rato em guampa. Se achava o maioral, o tal — ou ainda se acha —, mas começa a perceber que a coisa não é bem assim. Já há, inclusive, reação interna no Supremo Tribunal Federal.
O rastro ficou evidente quando o presidente Luiz Roberto Barroso tentou articular uma nota de apoio a Alexandre, após este ser sancionado pelos Estados Unidos. Pois muito bem: seis dos onze ministros recuaram. E, para piorar, no jantar oferecido por Lula da Silva em solidariedade a Moraes, no Palácio da Alvorada, apenas seis dos onze ministros compareceram.
Não bastasse isso, a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro também não caiu bem dentro do próprio Supremo.
A avaliação é de que o chefe jurídico do consórcio exagerou na dose, forçou a barra e não tinha respaldo legal — já que a medida caracteriza censura prévia.
Reversão?
Já se especula, inclusive, a possibilidade de Alexandre de Moraes recuar e reconsiderar a prisão domiciliar. Sim, porque a defesa de Bolsonaro entrou com uma representação, e ele está sendo pressionado a acatá-la.
Moral na lona
Ou seja, seria a completa desmoralização deste tirano insano. Essa é a grande verdade. Ele está percebendo o isolamento dentro da própria casa — casa que, aliás, virou uma verdadeira guerra de nervos.
O governo americano já sinalizou que quem sustentar a ditadura no Brasil poderá sofrer represálias.
Respingos
Isso significa que muitos ministros temem ser enquadrados, assim como Moraes. Aliás, o visto já está suspenso para oito dos onze ministros — com exceção dos dois nomeados por Bolsonaro e de Luiz Fux.
Extensão
Imaginem, caros leitores, se a Lei Magnitsky alcançar as demais supremas togas… Como fica o apartamento de R$ 22 milhões de “Barrozinho” em Miami? E os negócios internacionais do decano Gilmar Mendes?
Contágio
Alexandre de Moraes começa a se sentir como um leproso. Sua decisão de prender Bolsonaro incomodou até o próprio Palácio do Planalto, que contava com a retomada, nesta terça-feira, dos trabalhos do Congresso.
Paralisia
Mas nem a Câmara nem o Senado realizaram sessão. Parlamentares conservadores ocuparam as Mesas das duas Casas. O clima é de total insegurança e incerteza.
Projetos fundamentais para o Planalto estão travados, na fila, aguardando votação — e a máquina parou.
Distinto público
Outro ponto relevante: pesquisas começam a mostrar crescente insatisfação da opinião pública. Não só com o Supremo, mas também com o governo federal.
Conta
A percepção do brasileiro é clara: tanto o Planalto quanto o STF dividem a responsabilidade pelo tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump.
Descarrilou
No fim das contas, Alexandre de Moraes parece ter perdido a mão — e pode estar à beira de um enfraquecimento à luz do dia.
A torcida de seus pares no Supremo é para que ele volte atrás o quanto antes, antes que os Estados Unidos implementem novas sanções.
A Lei Magnitsky, que já alcança Moraes, representa — na prática — uma pena de morte financeira.