O primeiro ser humano sobre a Terra deve um dia ter ser olhado numa imagem refletida num lago e pensado o mais avassalador dos pensamentos: – Quem sou eu? Qual a minha garantia de estar aqui, de me manter vivo? A resposta nunca foi encontrada. Neil Armstrong – o primeiro sujeito a pisar na Lua – voltou com a mesma inquietação: “De nada nos adianta conquistar o espaço, as estrelas, o que for, nunca vamos aplacar a angústia vital, que é essa angústia de nos sabermos finitos e dependente dos ventos da vida”… A angústia vital acompanha o ser humano do berço à sepultura, ninguém escapou ou vai escapar.
E não é por outra razão que o ser humano se agarra nas materialidades para diminuir a angústia corrosiva. Quanto mais tenho, materialmente, mais penso que estou seguro. Tolice elevada à enésima potência. Nenhum dinheiro nos garante, por exemplo, a saúde. O dinheiro pode-nos comprar remédios, garantir vagas nos melhores hospitais, nada mais.
A angústia vital tem uma parceira, irmã gêmea: é a “leviandade existencial”, um tipo de comportamento tão lesivo ao bem-viver quanto a angústia vital, essa que nos lembra a todo momento que temos um prazo de validade…
Muitas pessoas pobres, pessoas que entre marido, mulher e um filho não chegam a ganhar 30 mil reais por mês, gastam como se fosse herdeiras do paraíso… Quem recebe menos de 30 mil por mês, para uma família de 3 pessoas, é pobre, mas… Pensam que têm recursos e gastam de modo leviano e preocupante.
Acabei de ver, outra vez, uma reportagem de tevê sobre pacotes de viagens para o exterior. Filas de pobretões comprando passagens para os Estados Unidos ou Europa, Oriente Médio até… Com que dinheiro? Ah, o importante é ser feliz!, dizem os broncos, sem se dar conta de que ser feliz exige uma “segurança” financeira mínima de modo a que a pessoa/família possa enfrentar eventuais dificuldades… É tranquilizante saber que dispomos de recursos “de folga” no banco, ainda que pequenos. Ter pouco é bem melhor do que dever uma vela para muitos santos.
A angústia vital se agudiza, sub-repticiamente, na alma dos que querem ser felizes gastando o que não têm, quando bem que podiam ser um pouquinho mais tranquilos, sem dívidas e sendo felizes sem os sobressaltos da irresponsabilidades do endividamento gerado pela busca do prazer, do ser feliz a qualquer custo… Então, ardam!
Roupas
Sobre essa questão de as roupas das mulheres servirem de desculpa para estupros, várias grifes americanas, juntas, lançaram campanha com uma proposta bem saudável: “As roupas não têm culpa”. Perfeito. De fato, dizer que as roupas são as culpadas por muitos estupros é o mesmo que dizer que o fulano só pegou o dinheiro do cofre porque o cofre foi deixado aberto… Safados têm que ser pegados, “daquele jeito”…
Falta dizer
“Os dias eram assim”? Eram e eram muito bons, segurança total, empreendedorismo, crescimento acelerado do que o Brasil tem ainda hoje de bom. Os canalhas, todavia, não querem contar o que aprontavam…